A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
IV Domingo do
Tempo Comum 28.01.2018
Dt 18, 15-20 1 Cor 7, 32-35 Mc 1, 21-28
ESCUTAR
“O Senhor teu
Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta
como eu: a ele deverás escutar” (Dt 18, 15).
Irmãos, eu
gostaria que estivésseis livres de preocupações (1 Cor 7, 32).
“Que queres de
nós, Jesus nazareno? Vieste para nos destruir? (Mc 1, 24).
MEDITAR
O falso profeta
esconde seu objetivo obscuro sob o manto da piedade, aproveitando-se da
credulidade dos cristãos. Confia que não será desmascarado nessa veste
inocente. Sabe também que os cristãos estão proibidos de julgar, e lhes
refrescará a memória oportunamente a respeito disso! Talvez ele mesmo não tenha
consciência de tudo isso; talvez Satanás, sua força motriz, lhe roube o
conhecimento de si mesmo.
(Dietrich Bonhoeffer, 1906-1945).
ORAR
Cada um de nós, conforme a educação
religiosa que recebeu, faz uma ideia para si de Jesus. Permanecemos, às vezes,
com o “pequeno Jesus da manjedoura”, ou com o “bom Jesus, doce como um
cordeiro, deixado pregado na cruz por nossos pecados”. O evangelho de hoje é
particularmente interessante uma vez que ele nos traz as impressões totalmente
diversas que Jesus causava em seus contemporâneos, no início de sua vida
pública. “Jesus ensinava”. O que ele
ensinava? Marcos não nos diz aqui, mas ele o diz no princípio de seu evangelho:
ele proclamava a boa nova do Reino de Deus que se oferece a todos os homens: “Arrependei-vos e crede na boa nova de Deus
que vem a vós!”... Jesus ensinava, mas não ensinava “como os escribas” (os catequistas daquele tempo) que só faziam
repetir o que haviam aprendido. Jesus ao contrário ensinava com autoridade;
via-se nele um profeta que falava da parte de Deus, um mestre que ensinava com destreza e liberdade, mesmo que não tivesse
seguido nenhum dos estudos religiosos habituais; isso espantava: “De onde que lhe vem tudo isso?”... Jesus
aparecia como um homem livre e como um homem de Deus. E nós, temos
interesse em descobrir a verdadeira personalidade de Jesus, igual à que se
depreende dos evangelhos? Enfim, Jesus manifestava sua autoridade arrancando os
maus espíritos e curando os doentes, mesmo
no dia do shabbat, dia consagrado a Deus, durante o qual não se devia se
entregar a nenhum trabalho qualquer que fosse. Com o risco de ser muito malvisto
pelas autoridades religiosas, Jesus tomou a liberdade de infringir essa norma
sagrada quando se tratava de aliviar e curar as pessoas que sofrem. É uma
maneira de nos dizer: os mandamentos religiosos são bons, mas não é preciso
tomá-los como absolutos, é preciso colocá-los em prática inteligentemente, com
toda retidão de consciência; e se acontece deles se acharem em oposição ao amor
que devemos aos outros, um serviço urgente a fazer, o salvamento de um infeliz,
então não hesiteis em colocar o amor adiante da observância do mandamento. Os
bons cristãos praticantes têm às vezes a tendência de se conduzir com relação à
sua Igreja como pequenas crianças bem espertas e obedientes, enquanto que o
Cristo nos chama a nos tornar cristãos adultos, pensantes, que clareiam sua
consciência à luz das diretivas da Igreja e que, em seguida, tomam suas
decisões como homens livres e responsáveis. “É capital, escreveu recentemente um bispo, encorajar cada cristão a viver segundo sua consciência e não
primeiramente segundo os julgamentos formulados por uma autoridade
eclesiástica. Cada um será julgado a partir de suas escolhas de consciência”
(Mons. Thomas).
(Bernard
Prévost, 1913-, França)
CONTEMPLAR
Um homem sem-teto adormecido no metrô de
Paris, 1991, Stanley Greene (1949-2017), NOOR Imagens, Estados Unidos.
A escolha das fotos e ilustrações tem sido uma maravilha. Neste mundo de imagens ajuda a reflexão sobre o texto. Muito bom.
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