segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

O Caminho da Beleza 08 - II Domingo do Tempo Comum

A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).


II Domingo do Tempo Comum                     14.01.2018
1 Sm 3, 3-10.19                 1 Cor 6, 13-15.17-20                    Jo 1, 35-42


ESCUTAR

“Senhor, fala, que teu servo escuta!” (1 Sm 3, 9).

Porventura ignorais que vossos corpos são membros de Cristo? Quem adere ao Senhor torna-se com ele um só espírito (1 Cor 6, 15.17).

João estava de novo com dois de seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!” (Jo 1, 35-36).


MEDITAR

Deus jamais se comunica plenamente nem suavemente a não ser a um coração despojado de tudo.

(São João da Cruz, século XVI)


ORAR

            A beleza do tempo comum está no fato de que nos convida a viver a nossa vida ordinária como um itinerário de santidade, isto é, de fé e de amizade com Jesus, continuamente descoberto e redescoberto como Mestre e Senhor, Caminho, Verdade e Vida do homem. É o que, na liturgia de hoje, nos sugere o Evangelho de João, apresentando-nos o primeiro encontro entre Jesus e alguns dos que se tornarão seus apóstolos. Eles eram discípulos de João Batista, e foi precisamente ele quem os orientou para Jesus, quando, depois do Batismo no Jordão o indicou como “Cordeiro de Deus” (Jo 1, 36). Então dois dos seus discípulos seguiram o Messias, o qual lhes perguntou: “Que procurais?”. Os dois perguntaram-lhe: “Mestre, onde moras?”. E Jesus respondeu: “Vinde e vereis”, isto é, convidou-os a segui-lo e a estar um pouco com Ele. Nas poucas horas transcorridas com Jesus, eles ficaram tão admirados, que imediatamente, André, falou com o irmão Simão dizendo-lhe: “Encontramos o Messias”. Eis duas palavras singularmente significativas; “procurar”, “encontrar”. Podemos tirar da página evangélica de hoje estes dois verbos e obter uma indicação fundamental para o ano novo, que desejamos seja um tempo para renovar o nosso caminho espiritual com Jesus, na alegria de o procurar e de o encontrar incessantemente. De fato, a alegria mais verdadeira está na relação com Ele encontrado, seguido, conhecido, amado, graças a uma contínua tensão da mente e do coração. Ser discípulo de Cristo: isto é suficiente para o cristão. A amizade com o Mestre garante à alma paz profunda e serenidade também nos momentos obscuros e nas provas mais difíceis. Quando a fé se confronta com noites escuras, nas quais já não se “sente” nem se “vê” a Presença de Deus, a amizade com Jesus garante que na realidade nada nos pode separar do seu Amor (cf. Rm 8, 39). Procurar e encontrar Cristo, fonte inexaurível de verdade e de vida: a Palavra de Deus convida-nos a retomar, neste início de ano novo, o caminho da fé que nunca se conclui. “Mestre, onde moras?”, dizemos também nós a Jesus e ele responde-nos: “Vinde e vereis”.

(Bento XVI)


CONTEMPLAR


S. Título, 2014, Juazeiro, Bahia, Guy Veloso (1969-), da série “Penitentes...”, Belém do Pará, Brasil.



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