A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
V Domingo do
Tempo Comum 04.02.2018
Jó 7, 1-4.6-7 1 Cor 9, 16-19.22-23 Mc 1, 29-39
ESCUTAR
“Não é acaso uma
luta a vida do homem sobre a terra” (Jó 7, 1).
Em que consiste
então o meu salário? Em pregar o evangelho, oferecendo-o de graça, sem usar os direitos
que o evangelho me dá (1 Cor 9, 18).
Jesus se
levantou e foi rezar num lugar deserto (Mc 1, 38).
MEDITAR
Nesse processo
de conhecer o que denominamos divino, o Deus que é amor aos poucos se
transforma no amor que é Deus...Caminhamos para dentro desse Deus e nos
deixamos absorver por esse amor expansivo, abundante e gratuito. Quanto mais
nos adentramos nesse amor e partilhamos dele, mais nossa vida se abre para
novas possibilidades, para a sacralidade transpessoal e para a transcendência
ilimitada.
(John Shelby
Spong, 1931-, Igreja Episcopal, Estados Unidos)
ORAR
Por “vida ativa”, entendo a
atividade com vista à conversão e a salvação do próximo; por “vida
contemplativa”, a relação escondida com Deus pela oração. Há momentos em que as
duas podem coexistir bem. Eu digo “há momentos”, porque a mania imatura de
querer instruir e converter impregna o cristianismo da mesma forma que a doença
impregna o corpo! E creio que é preciso percorrer um bom caminho com Jesus,
antes de poder ser admitido ao círculo restrito de seus apóstolos (cf. At 1,
21-22). O próprio Filho de Deus – e isso é um mistério – não permaneceu
escondido durante trinta anos antes de começar sua vida pública e ativa? E se
qualquer um é verdadeiramente chamado e enviado pelo Salvador para o serviço e
o despertar do próximo, a vida ativa deve sempre, como antes, manter-se
submissa à vida contemplativa, e esta última deve ser sua mais importante
preocupação. Quero dizer que esses discípulos não deveriam ficar todo o tempo a
agir, a sair e a falar, mas que é também necessário a tais apóstolos
aproximarem-se mais vezes de Jesus para se entreter com ele e para repousar um
pouco num lugar deserto (cf. Mc 6, 30-31). Isso permite ao serviço da Palavra
de manter-se sempre ligado à perseverança da oração (cf. At 6, 4),
subordinando-se a ela. De uma maneira geral, aliás, eles não deveriam jamais se
doar sem reservas à relação e ao trabalho com seus próximos, sob o risco de
negligenciar o “vigia a tua pessoa”
(1 Tm 4, 16) ou melhor, sob o risco de colocar essa vigilância após o
ensinamento, porque poderia acontecer que depois de ter pregado aos outros,
eles fossem desqualificados (1 Cor 9, 27).
(Gerhard
Tersteegen, 1697-1769, Tratados
Espirituais, Igreja Luterana, Ruhr,
Alemanha)
CONTEMPLAR
S. Título, 1984, México, Estado de
Guerrero, Cidade de San Agustin de Oapan, Abbas Alttar (1944-), Magnum Photos,
Irã.