Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
XXIX Domingo do Tempo Comum 22.10.2017
Is 45, 1.4-6 1 Ts 1, 1-5b Mt 22, 15-21
ESCUTAR
“Chamei-te
pelo nome; reservei-te, e não me reconheceste” (Is 45, 4).
O
nosso evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também
mediante a força que é o Espírito Santo (1 Ts 1, 5).
“Hipócritas!
Por que me preparais uma armadilha?” (Mt 22, 18).
MEDITAR
Os
ricos, os grandes, os que ocupam os lugares importantes e que escandalizam, são
um mal infinito. Quando os ímpios reinam e dominam, é a ruína de todos, diz
Provérbios: “quando os perversos se impõem, arruína-se o homem” (Pr 28, 12).
(Cornelius
a Lapide, jesuíta, séc. XVII)
ORAR
Para os mais melindrosos deve ser motivo de
escândalo o fato de que o Senhor tenha conferido a Ciro, o rei da Pérsia, um
não-crente que nem O conhecia, o título de Cristo, o Ungido. E este ungido, sem
etiquetas religiosas, foi chamado para realizar as obras de Deus no famoso
edito de 538 AC que permitia aos judeus voltar a sua terra. Os judeus buscaram
a sua segurança ao estreitar as alianças e pactos com os poderosos de turno,
esquecendo que a segurança estava garantida pela fidelidade a Javé. E Ciro, o
incrédulo, se converte, sem o saber, em servo do Senhor. O edito de Ciro
libertou um povo e por isso convence mais que o de Constantino, que o atrelou a
si. As doações de Constantino foram mais daninhas porque eivadas de interesses
escusos dos poderosos que se autoproclamavam como “benfeitores”. Jesus escapa
da armadilha devolvendo-a aos seus adversários e os colocando em apuros. Ainda
hoje, as delimitações do território espiritual e temporal desencadeiam
discussões acaloradas. A adesão a Cristo não nos facilita a chave do entendimento
e nem é um milagroso salvo-conduto para resolver os conflitos. Nossos
políticos, muitas vezes com o beneplácito das igrejas, sacrificam vidas pela
apropriação imoral e pecaminosa do dinheiro que não lhes pertence. Estão todos
excomungados do coração de Deus ainda que posem de cristãos aos olhos dos
homens. Para eles, estão reservados o fogo que não se apaga e o inferno que não
se acaba. No plano político, não existe uma terceira via e nem uma solução
intermediária. Se Jesus diz Sim, condena
os esforços do povo para libertar-se do jugo romano. Se Jesus diz Não, vai se declarar partidário dos
zelotes e de sua rebeldia libertária. O poder limitado de César chega até onde
vai a sua moeda. Ao contrário, o poder de Deus é ilimitado e por isso deve
receber tudo de todos. Os cristãos devem confrontar os poderes civis e
religiosos que toleram e perpetuam as injustiças e prepotências. Estes poderes,
ainda que da boca para fora não neguem a Deus, ofendem a sua imagem que é o
homem. A imagem de César está na moeda, mas a imagem de Deus está em cada um de
nós. Lamentamos quando perdemos a imagem de César, mas continuamos adoradores
dos poderes quando injuriamos a imagem de Deus que está em cada um de nós e em nossos
irmãos e irmãs.
CONTEMPLAR
Qual é a nossa única exigência?, 2011,
cartaz do Movimento dos “Indignados” cujo lema é “Ocupe Wall Street”, Nova
Iorque, Estados Unidos.
adorei !!tudo verdade- e infelizmente o que estamos passando -abraços amigos
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