Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
Solenidade de Todos os Santos 05.11.2017
Ap 7, 2-4.9-14 1
Jo 3, 1-3 Mt 5, 1-12a
ESCUTAR
Eu, João, vi outro
anjo, que subia do lado onde nasce o sol. Ele trazia a marca do Deus vivo (Ap
7, 2).
Vede que grande
presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o
somos! (1 Jo 3, 1).
“Bem-aventurados os
que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9).
MEDITAR
Creio que nem os
Romanos e nem os Judeus compreenderam Jesus de Nazaré, nem tampouco Seus
discípulos que agora pregam Seu nome.
Os Romanos O mataram.
E isso foi um erro. Os Galileus fizeram d’Ele um deus, e isso foi um engano.
Jesus era do coração
do homem.
(Kalil Gibran)
ORAR
Viver
a festa da santidade é viver a realidade de um censo impossível: “uma multidão
imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém
podia contar”. E como não podemos conhecer todos os nomes dos santos, devemos
chamar este domingo da Festa da Santidade Anônima. Todos participam da mesma
santidade de Deus e a santidade é o sinal inequívoco do vestígio de Deus em
nossas vidas. Os santos não se reduzem ao dos altares oficiais, mas circulam
cotidianamente entre nós. Devemos buscar em cada dia o rosto dos santos porque
são um reflexo do rosto de Deus. Os santos não vivem em nichos de gesso, mas em
casas comuns. Não trazem auréolas luminosas em suas cabeças, mas problemas e
preocupações. Não flutuam no ar, mas tem pernas e pés doloridos como os nossos.
Os santos são contaminados pela alegria, pela surpresa e compõem a sinfonia dos
loucos de Deus. O milagre dos santos consiste no fato de existirem no cenário
perverso desta sociedade e querer acrescentar um pouco de graça e ternura no
cotidiano do mundo. A santidade não é um luxo, mas uma condição normal e
obrigatória do cristão: ela é um dom e uma possibilidade oferecida a todos e
não reservada a uns poucos privilegiados. Devemos sempre suspeitar que eles
estão mais próximos de nós do que podemos supor. Os santos correm pelas ruas e
a maior parte dos bem-aventurados são pessoas simples e que têm coração. A
declaração conciliar Nostra Aetate
afirma: “A Igreja Católica não rejeita o que é verdadeiro e santo em todas as
religiões. Considera suas práticas, maneiras de viver, preceitos e doutrinas
como reflexo da verdade que ilumina todos os seres humanos, ainda que se
distanciem do que ela crê e ensina (...)A Igreja rejeita como contrária ao
pensamento de Cristo toda a discriminação ou perseguição por causa das diferenças
de raça, cor, condição ou religião” (NA
857.871).
CONTEMPLAR
Monge budista noviço, Kyaw Thiha, brinca durante a chuva no
Monastério Shin Ohtama Tharya, em Yangon, Myanmar, 2011, Soe Zeya Tun, Agência Reuters,
Yangon, Myanmar.