Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
II Domingo da Quaresma 12.03.2017
Gn 12, 1-4 2 Tm 1, 8-10 Mt 17, 1-9
ESCUTAR
O
Senhor disse a Abrão: “Sai da tua terra, da tua família e da casa de teu pai e
vai para a terra que eu vou te mostrar” (Gn 12, 1).
Caríssimo,
sofre comigo pelo evangelho, fortificado pelo poder de Deus (2 Tm 1, 8).
“Levantai-vos
e não tenhais medo” (Mt 17, 7).
MEDITAR
Tu
que iluminas a terra
e
seus habitantes com misericórdia,
e
que na tua bondade renovas sempre,
a
cada dia, a obra da criação...
Deus
eterno, na tua grande misericórdia
tem
compaixão de nós,
Senhor
da nossa força,
rocha
do nosso abrigo,
escudo
da nossa salvação,
nosso
único refúgio.
Bendito
és tu, Senhor,
que
formas os luminares.
(Formador da Luz, Yoser’or, Judaísmo)
ORAR
Temos que ler os Evangelhos para buscar o
esplendor da Vida e a Vida Eterna. Quando o Senhor chama, arranca todas as
seguranças e nos tira do conforto em que nos movemos. A fé é uma viagem, uma
travessia interminável e nosso vínculo com o Senhor é mantido no meio de uma
série de rupturas, pois Ele não nos alimenta de certezas, mas de promessas; não
oferece conquistas, mas bênçãos. A realidade apresentada é um caminho que nunca
termina. Se Abrão aparece como um nômade desgarrado, Pedro emerge com uma fé
sedentária protegida numa tenda. O cristão caminha esperando e espera caminhando,
pois somos chamados a partir e a nos comprometer com uma travessia. Só
poderemos escutar Jesus seguindo-O. Ele é um mestre itinerante: caminha e
aprenderás, caminha e verás, caminha e descobrirás. É no caminho com Ele que
nos transfiguramos e vamos além de um bronzeado espiritual. Pedro deseja
prolongar a experiência da Luz e não tem pressa para sair. Jesus nos revela que
basta um instante para fixar, na eternidade, a face de todo ser humano apesar
da banalidade do cotidiano em que vivemos, pois “todo homem é uma história
sagrada” (Jean Vanier). Basta do apego a um passado idílico em que nos movemos
mais com um instinto de conservação do que de renovação. A misericórdia está
acima de tudo e a Igreja de Jesus não recebe um ministério de julgamento e condenação,
mas o ministério da reconciliação. Jesus nos apela a não termos medo e o
encontro pessoal com Ele nos liberta de todos os medos, apruma as vértebras e
nos mantém de pé. É preciso aprender a ouvir o Bem Amado escondido na gruta
secreta do nosso coração e pronto para se deixar transfigurar. Basta um olhar
de ternura: este é o olhar que nos salva, pois é o olhar do Cristo na face de
todos os viventes.
CONTEMPLAR
Folha em Ardósia, Jim
Brandenburg (1945-), Minnesota, Estados Unidos. Acessado em http://www.jimbrandenburg.com/
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