segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O Caminho da Beleza 10 - III Domingo do Tempo Comum

III Domingo do Tempo Comum                   24.01.2016
Ne 8, 2-6.8-10                   1 Cor 12, 12-30                  Lc 1, 1-4;4, 14-21


ESCUTAR

“Este é um dia consagrado ao Senhor, vosso Deus. Não fiqueis tristes nem choreis...porque a alegria do Senhor será a vossa força” (Ne 8, 8.10).

Todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito (1 Cor 12, 13).

Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele (Lc 4, 20).


MEDITAR

Não tenham medo da ternura (Francisco, Homilia, 19 de março de 2013).


ORAR
           
Os textos desta liturgia nos falam do dia consagrado, um hoje permanente em que devemos celebrar o proclamado: “a alegria do Senhor será a vossa força”. O Senhor nos pede uma coerência irredutível entre palavra e ação. O evangelista apresenta Jesus no centro da sinagoga recebendo o livro do profeta Isaías. Jesus não o abriu a esmo, como se tirasse a sorte para que Deus lhe falasse magicamente. Ao contrário, abriu o livro e “achou a passagem” que o colocava na estatura de profeta e de sacerdote: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor”. O hoje de Deus é proclamado, pleno de graça e julgamento, para os homens do seu tempo e o Ressuscitado, continua proclamando-o, como amor salvador, em todas as épocas e situações. Jesus coloca em seu lugar, como centro de irradiação, os mais necessitados de compaixão e misericórdia que são, segundo o Evangelho, o próprio Deus conosco: “Senhor, quando foi que o vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, nu, doente ou na cadeia?” (Mc 25, 37). Jesus, na sinagoga, era um rosto comum como tantos outros e hoje ele ainda é comum porque é o rosto conhecido de tantos pobres, cativos, cegos e oprimidos. Por mais avanço nos meios de difusão e comunicação ao nosso alcance, não conseguimos superar a cisão entre fé e vida porque nos recusamos a ver o Deus que se revela com um rosto humano. Mesmo com os “olhos fixos nele”, não o enxergamos porque tentamos vê-lo com as lentes do proselitismo e não com os olhos humanos da compaixão. Apesar de todos os slogans utilizados nas nossas propagandas religiosas, Deus continua a viver no exílio em sua própria casa. O papa Francisco nos exorta: “Sou eu o guardião do meu irmão? Sim, tu és o guardião do teu irmão! Ser uma pessoa humana significa sermos guardiões uns dos outros! E, ao contrário, quando se rompe a harmonia, segue uma metamorfose: o irmão a guardar e a amar se torna o adversário a combater e a suprimir. Em cada violência e em cada guerra, fazemos renascer Caim”.


CONTEMPLAR

Um Passeio ao Jardim do Paraíso, 1946, W. Eugene Smith (1918-1978), Estados Unidos.



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