III Domingo
do Tempo Comum 24.01.2016
Ne 8,
2-6.8-10 1 Cor 12, 12-30 Lc 1, 1-4;4, 14-21
ESCUTAR
“Este é um dia consagrado ao Senhor, vosso Deus. Não fiqueis tristes nem
choreis...porque a alegria do Senhor será a vossa força” (Ne 8, 8.10).
Todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num
único Espírito para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único
Espírito (1 Cor 12, 13).
Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele (Lc 4, 20).
MEDITAR
Não tenham medo da ternura (Francisco, Homilia, 19 de março de 2013).
ORAR
Os textos desta liturgia nos falam do dia
consagrado, um hoje permanente
em que devemos celebrar o proclamado: “a
alegria do Senhor será a vossa força”. O Senhor nos pede uma coerência
irredutível entre palavra e
ação. O evangelista apresenta Jesus no centro da sinagoga recebendo o livro do profeta Isaías. Jesus não
o abriu a esmo, como se tirasse a sorte para que Deus lhe falasse magicamente.
Ao contrário, abriu o livro e “achou a
passagem” que o colocava na estatura de profeta e de sacerdote: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque
ele me consagrou com a unção para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me
para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor”. O
hoje de Deus é
proclamado, pleno de graça e julgamento, para os homens do seu tempo e o
Ressuscitado, continua proclamando-o, como amor salvador, em todas as épocas e situações. Jesus coloca em seu
lugar, como centro de irradiação,
os mais necessitados de compaixão e misericórdia que são, segundo o Evangelho,
o próprio Deus conosco: “Senhor, quando foi que o vimos com fome, ou
com sede, como estrangeiro, nu, doente ou na cadeia?” (Mc 25, 37). Jesus,
na sinagoga, era um rosto comum como tantos outros e hoje ele ainda é comum
porque é o rosto conhecido de tantos pobres, cativos, cegos e oprimidos. Por
mais avanço nos meios de difusão e comunicação ao nosso alcance, não
conseguimos superar a cisão entre fé e
vida porque nos recusamos a ver
o Deus que se revela com um rosto humano. Mesmo com os “olhos
fixos nele”, não o enxergamos porque tentamos vê-lo com as lentes do
proselitismo e não com os olhos humanos da compaixão. Apesar de todos os slogans utilizados nas nossas
propagandas religiosas, Deus continua a
viver no exílio em sua própria casa. O papa Francisco nos exorta: “Sou
eu o guardião do meu irmão? Sim, tu és o guardião do teu irmão! Ser uma pessoa
humana significa sermos guardiões uns dos outros! E, ao contrário, quando se
rompe a harmonia, segue uma metamorfose: o irmão a guardar e a amar se torna o
adversário a combater e a suprimir. Em cada violência e em cada guerra, fazemos
renascer Caim”.
CONTEMPLAR
Um Passeio ao Jardim do
Paraíso, 1946, W. Eugene
Smith (1918-1978), Estados Unidos.
Coisa mais linda...
ResponderExcluirLeio há tempos na Venezuela. Obrigada por tanta beleza.
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