segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O Caminho da Beleza 09 - II Domingo do Tempo Comum



II Domingo do Tempo Comum                     17.01.2016
Is 62, 1-5                 1 Cor 12, 4-11                     Jo 2, 1-11


ESCUTAR

Por amor de Jerusalém não descansarei, enquanto não surgir nela, como um luzeiro, a justiça e não acender nela, como uma tocha a salvação (Is 62, 1).

A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (1 Cor 12, 4-11).

“Todo o mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” (Jo 2, 10)


MEDITAR

Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas, aos poucos, é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias (Francisco, Evangelii Gaudium, 6).


ORAR

Os textos desta liturgia nos falam de um Deus Nupcial. As núpcias sempre foram a melhor imagem para exprimir os laços do Senhor para com seu povo. João na sua narrativa aponta um detalhe fundamental. A água que foi transformada em vinho foi a das talhas de pedra que, segundo o costume judaico, servia para o ritual da purificação dos convidados. Jesus não manda trazer de fora um outro vinho, mas, deixa fluir o seu senso de humor, para espanto do mestre-sala, e transforma em melhor vinho a mesma água utilizada no ritual. Jesus, com este gesto, quer nos revelar que nenhuma tradição pode se fechar num ritualismo legalista, pois, quando isso acontece, é destruída a alegria de viver, os corações se tornam de pedra como as talhas e é aniquilado o senso de humor tão vital para enfrentar a imprevisibilidade cotidiana. Por esta razão, Jesus não rompe com a sua tradição cultural, mas a transfigura e assim a água fria usada para a limpeza exterior transfigura-se em vinho para manter os corações aquecidos e a alegria dos convidados na festa nupcial de Caná. A glória de Deus se manifesta no ramerrão da vida em seu amor pelos homens e mulheres. O Papa Bento XVI nos ofereceu a régua e o compasso: “O humorismo é um componente da serenidade da criação. Em muitos momentos da nossa vida podemos notar como Deus nos incita a viver com maior leveza, a olhar também o lado alegre, a descer do pedestal, a não ignorar o sentido do cômico. Ao querer, de fato, resistir ao mal, é sem dúvida importante não cair num nebuloso moralismo, que não mais consegue se alegrar com nada. É preciso, isto sim, perceber quanta beleza ainda existe e, partindo desse ponto, resistir a tudo o que destrói a alegria, pois o elemento constituinte do cristianismo é a alegria”. Ler os sinais dos tempos é saber que o Espírito do Senhor não atua de véspera, nem retarda o presente e, muito menos, apressa o futuro. O Espírito que nos conhece e distribui, diversamente, os seus dons age, aqui e agora, em nós e por nós, preparando caminhos de encontro, pois para Deus não existe amor sozinho.


CONTEMPLAR

Pré-casamento com aurora boreal em Tromsö, Noruega, 2015, Juliana Wiklund, Brasil/Suécia, in: http://julianawiklundweddings.com





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