II Domingo do Tempo Comum 17.01.2016
Is 62, 1-5 1 Cor 12, 4-11 Jo 2, 1-11
ESCUTAR
Por
amor de Jerusalém não descansarei, enquanto não surgir nela, como um luzeiro, a
justiça e não acender nela, como uma tocha a salvação (Is 62, 1).
A
cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (1 Cor 12,
4-11).
“Todo
o mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão
embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até
agora!” (Jo 2, 10)
MEDITAR
Compreendo
as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm
de suportar, mas, aos poucos, é preciso permitir que a alegria da fé comece a
despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias
(Francisco, Evangelii Gaudium, 6).
ORAR
Os textos desta liturgia nos falam de um
Deus Nupcial. As núpcias sempre foram a melhor imagem para exprimir os laços do
Senhor para com seu povo. João na sua narrativa aponta um detalhe fundamental.
A água que foi transformada em vinho foi a das talhas de pedra que, segundo o
costume judaico, servia para o ritual da purificação dos convidados. Jesus não
manda trazer de fora um outro
vinho, mas, deixa fluir o seu senso de humor, para espanto do mestre-sala, e transforma em melhor vinho a mesma água
utilizada no ritual. Jesus, com este gesto, quer nos revelar que nenhuma
tradição pode se fechar num ritualismo legalista, pois, quando isso acontece, é
destruída a alegria de viver, os corações se tornam de pedra como as talhas e é
aniquilado o senso de humor tão vital para enfrentar a imprevisibilidade
cotidiana. Por esta razão, Jesus não rompe com a sua tradição cultural, mas a transfigura e assim a água fria usada
para a limpeza exterior transfigura-se em vinho para manter os corações
aquecidos e a alegria dos convidados na festa nupcial de Caná. A glória de Deus
se manifesta no ramerrão da vida em seu amor pelos homens e mulheres. O Papa Bento XVI nos ofereceu a régua e o compasso:
“O humorismo é um componente da serenidade da criação. Em muitos
momentos da nossa vida podemos notar como Deus nos incita a viver com maior
leveza, a olhar também o lado alegre, a descer do pedestal, a não ignorar o
sentido do cômico. Ao querer, de fato, resistir ao mal, é sem dúvida importante
não cair num nebuloso moralismo, que não mais consegue se alegrar com nada. É
preciso, isto sim, perceber quanta beleza ainda existe e, partindo desse ponto,
resistir a tudo o que destrói a alegria, pois o elemento constituinte do
cristianismo é a alegria”. Ler os sinais
dos tempos é saber que o Espírito do
Senhor não atua de véspera, nem retarda o presente e, muito menos, apressa o futuro. O Espírito que nos conhece e
distribui, diversamente, os seus dons age, aqui e agora, em nós e por nós,
preparando caminhos de encontro, pois para Deus não existe amor sozinho.
CONTEMPLAR
Pré-casamento com aurora
boreal em Tromsö, Noruega,
2015, Juliana Wiklund, Brasil/Suécia, in: http://julianawiklundweddings.com.
Leio com emoção na Venezuela. Obrigada!
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