domingo, 11 de outubro de 2015

O Caminho da Beleza 47 - XXIX Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 47
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XXIX Domingo do Tempo Comum                18.10.2015
Is 53, 10-11             Hb 4, 14-16             Mc 10, 35-45


ESCUTAR

O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor (Is 53, 10).

Temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado (Hb 4, 15).

“Quem quiser ser grande seja vosso servo; quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos” (Mc 10, 43).


MEDITAR

No Único não há mais mestre nem discípulo, mas todos são deuses (Evrágio Pôntico).

A gratuidade consiste acima de tudo em não levar em consideração nenhuma satisfação humana. A gratuidade lança a semente, sem esperar a aparição de qualquer fruto que seja; ela trabalha num Reino onde a única certeza é a da presença misteriosa do Cristo. Eis o que é a verdadeira gratuidade, ó Senhor: dar-me sem cálculo, ao serviço do coração do homem (Carlo Maria Martini).

ORAR

O pedido de Tiago e de João não é nem descaradamente egoísta e nem totalmente desinteressado. É uma mistura de entusiasmo e cálculo. Um ponto de vanglória, uma disponibilidade ao risco, mas com alguma garantia. Jesus não os repreende, mas se limita a purificar a sua visão. A pergunta de Tiago e João é a mecha que, até hoje, acende o debate sobre as precedências do discipulado. Jesus é o servo sofredor, o sumo sacerdote compassivo e o Filho do Homem que entrega a vida para o resgate de todos. A comunidade cristã é uma comunidade-sem-poder cuja autoridade vem da possibilidade de servir aos outros e não de dominá-los. Jesus exige de nós o equilíbrio delicado e tênue entre a autoridade, o serviço e a Cruz. A autoridade deve levar a Cruz enquanto serve. Jesus tem uma autêntica repugnância a todas as manifestações de ambição e de arrivismo entre os que O seguem. As intrigas entre as igrejas e o carreirismo muitas vezes se servem do Cristo como tapume do egoísmo e são abomináveis aos olhos do Senhor. O papa Francisco exorta: “Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mc 6, 37)” (EG 49).


CONTEMPLAR


Servo sofredor, 2004, Marcella Paliekara, colagem e técnica mista, 9” x 11”, Wisconsin, Estados Unidos. Clique na imagem para ampliar.




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