segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O Caminho da Beleza 44 - XXVI Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 44
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XXVI Domingo do Tempo Comum             27.09.2015
Nm 11, 25-29                     Tg 5, 1-6                   Mc 9, 38-43.45.47-48


ESCUTAR

“Quem dera todo povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito” (Nm 11, 29).

E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós (Tg 5, 1).

“Quem não é contra nós é a nosso favor” (Mc 9, 40).


MEDITAR

Quanto a mim é na oração o meu encontro com você. Perdida no Cristo eu vislumbro melhor toda a sua história e compreendo tanta coisa! Compreendo porque muita gente não lhe entende. Como é que poderiam entender se só aceitam as pessoas e as coisas segundo padrão próprio e estático? No fundo o que eu aprecio em você é a sua autenticidade. É a coragem que você tem de continuar a ser você mesmo. Acho que com o decorrer dos anos você irá se descobrindo cada vez mais profundamente, quer dizer, você irá se tornando santo, não por artifício, mas por despojamentos que lhe mostrarão o verdadeiro rosto de Cristo em você (Madre Belém).

É mais fácil desintegrar um átomo do que acabar com um preconceito (Albert Einstein).


ORAR

O maior risco para a vivência cristã é o da mentalidade sectária. A mentalidade sectária é um pecado contra o Espírito e é fruto do joio. O evangelista aponta o contraste entre a mesquinhez dos apóstolos, seu egoísmo de grupo e a amplitude, a tolerância e o espírito aberto de Jesus. A comunidade dos apóstolos está mais preocupada com a expansão e o êxito do grupo do que pela realidade em questão. O Senhor com largueza atua, pelo Espírito, imprevisivelmente, em territórios sem fronteiras. Somos nós que somos incapazes de ver um palmo à frente do nosso nariz e além do nosso umbigo. Neste momento, por defesa, recorremos à desqualificação: “Não é dos nossos!”. Tentamos aprisionar a ação do Espírito ao invés de nos abrirmos e fluirmos no seu dinamismo. Forçamo-nos em prendê-Lo nos limites das nossas tendas e transformá-Lo “num dos nossos”. A cura radical da mentalidade sectária é a acolhida. Não o acolher o outro como “um dos nossos”, mas valorizá-lo na sua diversidade de valores, escolhas e seguimentos. Os setenta que receberam o Espírito não continuaram a profetizar. Talvez tenham estado demasiadamente empenhados em disciplinar o dom, fixar regras, segregar e excomungar. É mais fácil murmurar que profetizar; estabelecer sinais do que traçar caminhos. A profecia continuou nos dois que foram à tenda e que são os únicos dos quais conhecemos os nomes: Eldad e Medad. Quando nos ocupamos excessivamente de nós mesmos, o Espírito suscita carismas não autorizados que, ao abalar as pretensões e arrogâncias, movem o mundo e conduzem a vida para a Eternidade.


CONTEMPLAR

Jesus e a Samaritana, 2006, Arcabas (Jean-Marie Pirot) (1926-), óleo sobre tela, ouro 24 q., coleção particular, França. Clicar na imagem para ampliar.








Nenhum comentário:

Postar um comentário