O Caminho da Beleza 42
Leituras para a
travessia da vida
“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente
diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo
tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma
beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu
prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
XXIV Domingo do Tempo Comum 13.09.2015
Is 50, 5-9 Tg 2, 14-18 Mc 8, 27-35
ESCUTAR
“O Senhor abriu-me os
ouvidos: não lhe resisti nem voltei atrás” (Is 50, 5).
“Assim também a fé, se
não se traduz em obras, por si só está morta” (Tg 2, 17).
“Vai para longe de
mim, satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens” (Mc 8, 33).
MEDITAR
Os homens fortes,
sábios e bons (nenhuma dessas qualidades vêm uma sem a outra) preocupam-se
menos com o sucesso de seus empreendimentos do que com a dignidade da causa que
eles servem e com a pureza de suas intenções (São João XIII).
O Senhor revela e
chama; mas muitas vezes nós nem desejamos ver e nem responder, porque
preferimos nossos caminhos pessoais. Arrisca-se então de não se ouvir mais a
voz de Deus (São Pio de Pietrelcina).
ORAR
Não
basta um cristianismo especulativo, não basta proclamar que Jesus é Deus, não
basta saber de cor os dogmas e instruções normativas. É preciso que a sabedoria
se traduza em prática evangélica e irmos até as últimas consequências de nossas
escolhas. Temos que conquistar a sabedoria da Cruz. O Senhor nos abre os
ouvidos para que não coloquemos nenhuma barreira ao caminho a seguir. Pedro não
suporta ouvir o que Jesus sofreria. No entanto, Jesus fala abertamente a Pedro e
aos discípulos para comprometê-los, tornando-os testemunhas. Pedro recusa
aderir a uma causa perdida, pois pensa e fala com os critérios mundanos da
grandeza. A glória e o prestígio são o oposto de tomar a Cruz e negar-se a si
mesmo. Se reduzirmos a Cruz do Cristo a mero adorno e não a traduzirmos em
pensamentos e comportamentos loucos, então faremos um escárnio como fizeram os
inimigos do Calvário. “Seus familiares saíram para dominá-Lo, pois diziam que
estava fora de si!” (Mc 3, 21). Somos desafiados a verificar se as nossas vidas
e escolhas estão regradas pelos critérios aceitos pelas pessoas ou pelos
critérios estabelecidos e testemunhados pelo Condenado. Abrir nossos ouvidos ao
Senhor é agir de modo que a fé se traduza em obras de amor, justiça,
fraternidade e paz. A fé desemboca, necessariamente, nas obras e as obras se
sustentam, obrigatoriamente, com a fé. O Cristo continua sendo um desconhecido,
pois, nas nossas igrejas, muitos já não conseguem intuir o que é entender e
viver a vida a partir dele, e ainda fazem isto em nome de Jesus.
CONTEMPLAR
Calvário, 1892,
Nikolai Ge (1831-1894), óleo sobre tela, 278 x 223 cm, Musée d’Orsay, Paris,
França.
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