O
Caminho da Beleza 40
Leituras
para a travessia da vida
“O conceito de sabedoria é aquele
que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do
belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que
cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando recebia tuas palavras, eu as
devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe cair a profecia”
(D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
XXII Domingo
Tempo Comum 30.08.2015
Dt 4,
1-2.6-8 Tg 1,17-18.21-22.27 Mc 7, 1-8.14-15.21-23
ESCUTAR
“Nada
acrescenteis, nada tireis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do
Senhor vosso Deus que vos prescrevo” (Dt 4, 2).
Sede
praticantes da palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tg
1,22).
“O que
torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu
interior” (Mc 7,15).
MEDITAR
O desafio que hoje se
nos apresenta é responder adequadamente à sede de Deus de muitas pessoas, para
que não tenham de ir apagá-la com propostas alienantes ou com um Jesus Cristo
sem carne e sem compromisso com o outro. Se não encontram na Igreja uma espiritualidade
que os cure, liberte, encha de vida e de paz, ao mesmo tempo em que os chame à
comunhão solidária e à fecundidade missionária, acabarão enganados por
propostas que não humanizam nem dão glória a Deus (Francisco, bispo de Roma e
servo de Deus).
A simples
administração eclesiástica é insuficiente para realizar a missão da Igreja: é
hora de as comunidades cristãs viverem uma “conversão pastoral”, marcada pelo
testemunho (Francisco Catão).
ORAR
O agir cristão deve considerar as três conexões
existentes no interior do Evangelho. A primeira é que não se permite uma escuta
descompromissada. A Palavra dá um sentido novo à vida e determina uma mudança
radical na aceitação da nossa existência. A Palavra confinada ao âmbito do
sagrado; cristalizada numa prática religiosa episódica e que não atinge o
espaço “profano” do viver, é uma Palavra morta. Uma Palavra que não determina
um compromisso concreto é uma Palavra que nos condena. Devemos escutar e
cumprir. A segunda é com a humanidade: “A religião pura e sem mancha diante do
Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações”. Não basta nos
sentirmos em dia com Deus mediante a prática cultual e religiosa. É urgente
prolongar o serviço do templo numa liturgia da solidariedade, da fraternidade,
da justiça e da misericórdia que se celebra ao longo do caminho. Testemunho que
encontrei Deus se tenho a coragem de encontrar o irmão. Se rompermos esta
íntima relação, a fé padecerá da deformação do intimismo, do espiritualismo
desencarnado e do legalismo intolerante. A terceira dá-se entre o coração e a
prática exterior. O Senhor não se contenta com a fachada porque faz a diagnose
do coração. Jesus se refere ao coração como a fonte das ações. É no coração que
amadurecemos as convicções profundas, as decisões fundamentais e as orientações
da existência. O externo deve ser a expressão do que cresceu no íntimo do
coração e não máscara, camuflagem e aparência. Deus está próximo quando a sua
Palavra anima as ações, impulsiona-nos a encontrar o próximo e está semeada no
coração. Quando simplesmente se dá escuta, culto e forma ao exterior, com
certeza, o Senhor está em outra parte.
CONTEMPLAR
Madre Teresa de Calcutá, novembro
de 1960, imagem: Keystone, Getty Images, Veja, veja.abril.com.br, 24/01/2014.
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