segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O Caminho da Beleza 40 - XXII Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 40
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



XXII Domingo Tempo Comum                    30.08.2015
Dt 4, 1-2.6-8           Tg 1,17-18.21-22.27         Mc 7, 1-8.14-15.21-23


ESCUTAR

“Nada acrescenteis, nada tireis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor vosso Deus que vos prescrevo” (Dt 4, 2).

Sede praticantes da palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tg 1,22).

“O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior” (Mc 7,15).


MEDITAR

O desafio que hoje se nos apresenta é responder adequadamente à sede de Deus de muitas pessoas, para que não tenham de ir apagá-la com propostas alienantes ou com um Jesus Cristo sem carne e sem compromisso com o outro. Se não encontram na Igreja uma espiritualidade que os cure, liberte, encha de vida e de paz, ao mesmo tempo em que os chame à comunhão solidária e à fecundidade missionária, acabarão enganados por propostas que não humanizam nem dão glória a Deus (Francisco, bispo de Roma e servo de Deus).

A simples administração eclesiástica é insuficiente para realizar a missão da Igreja: é hora de as comunidades cristãs viverem uma “conversão pastoral”, marcada pelo testemunho (Francisco Catão).


ORAR

O agir cristão deve considerar as três conexões existentes no interior do Evangelho. A primeira é que não se permite uma escuta descompromissada. A Palavra dá um sentido novo à vida e determina uma mudança radical na aceitação da nossa existência. A Palavra confinada ao âmbito do sagrado; cristalizada numa prática religiosa episódica e que não atinge o espaço “profano” do viver, é uma Palavra morta. Uma Palavra que não determina um compromisso concreto é uma Palavra que nos condena. Devemos escutar e cumprir. A segunda é com a humanidade: “A religião pura e sem mancha diante do Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações”. Não basta nos sentirmos em dia com Deus mediante a prática cultual e religiosa. É urgente prolongar o serviço do templo numa liturgia da solidariedade, da fraternidade, da justiça e da misericórdia que se celebra ao longo do caminho. Testemunho que encontrei Deus se tenho a coragem de encontrar o irmão. Se rompermos esta íntima relação, a fé padecerá da deformação do intimismo, do espiritualismo desencarnado e do legalismo intolerante. A terceira dá-se entre o coração e a prática exterior. O Senhor não se contenta com a fachada porque faz a diagnose do coração. Jesus se refere ao coração como a fonte das ações. É no coração que amadurecemos as convicções profundas, as decisões fundamentais e as orientações da existência. O externo deve ser a expressão do que cresceu no íntimo do coração e não máscara, camuflagem e aparência. Deus está próximo quando a sua Palavra anima as ações, impulsiona-nos a encontrar o próximo e está semeada no coração. Quando simplesmente se dá escuta, culto e forma ao exterior, com certeza, o Senhor está em outra parte.


CONTEMPLAR

Madre Teresa de Calcutá, novembro de 1960, imagem: Keystone, Getty Images, Veja, veja.abril.com.br, 24/01/2014.





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