O
Caminho da Beleza 31
Leituras
para a travessia da vida
“O conceito de sabedoria é aquele
que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do
belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que
cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando recebia tuas palavras, eu as
devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe cair a profecia”
(D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Festa
de São Pedro e São Paulo 28.06.2015
At 12,
1-11 2 Tm 4, 6-8.17-18 Mt 16, 13-19
ESCUTAR
Enquanto
Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele (At
12, 5).
Caríssimo,
quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o
momento de minha partida (2 Tm 4, 6).
“Feliz
és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso,
mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16, 17).
MEDITAR
Se você
ama será crucificado; se não ama, você já está morto (Timothy Radcliffe).
Não.... permanecer e transcorrer/Não é perdurar, não é
existir/ E nem honrar a vida!/Há tantas maneiras de não ser/Tanta consciência
sem saber, /adormecida.../Merecer a vida, não é calar e consentir/Tantas
injustiças repetidas.../É uma virtude, é uma dignidade/É a atitude de
identidade mais definida!/Isto de durar e transcorrer não nos dá o direito/De
presumir, porque não é o mesmo que viver/Honrar a vida (Eladia Blázquez e
Mercedes Sosa).
ORAR
Comemoramos
neste domingo a festa do Papa e devemos nos concentrar em torno de Pedro que
foi escolhido por Jesus para responder pelos Doze e administrar as
responsabilidades da evangelização. A Igreja valoriza a diversidade das
culturas para que nenhuma obsessão de unanimidade a transforme numa promotora
de exclusão. Ao ordenar aos seus discípulos – “não leveis ouro, nem prata, nem
dinheiro à cintura, nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias
e nem bastão” (Mt 10, 9-10) – não o faz
para penalizá-los, mas para que peçam ajuda aos outros e dependam da sua
generosa hospitalidade. A Igreja de Jesus deve ser peregrina, hospitaleira e em
permanente êxodo, sobretudo deve ser a Igreja do Perdão. Como afirmou Francisco: “A mãe Igreja não
fecha as portas para ninguém, para ninguém! Nem mesmo para o mais pecador, para
ninguém! E faz isso pela força, pela graça do Espírito Santo. A mãe Igreja
abre, escancara suas portas para todos, porque é mãe” (24.05.2015). O Cristo perdoou o pecado da negação de Pedro e o
pecado da perseguição de Paulo. São Antonio de Pádua pregava: “Jesus pediu a
Pedro que apascentasse as suas ovelhas, não que as tosquiasse”. Jesus também não pede aos seus
discípulos uma obediência cega, mas os convida sempre a refletir e a julgar:
“Que vos parece?” (Mt 21, 28); “Por que não julgais por vós mesmos o que é
justo?” (Lc 12, 57); “Qual é a vossa opinião?” (Mt 13, 51); “Compreendestes
tudo isso?” (Mt 13, 51). Jesus conhece a limitação do seu discipulado, mas o
ama acima de tudo. Sabe que é próprio da fragilidade humana vacilar e pecar por
meio da covardia, omissão, conivência e traição, diante do exigido pela Boa
Nova: o de não se deixar dominar pela ganância do dinheiro e do prestígio; pela
ânsia do poder e do status social e
clerical, mas o de se tornar livre para Deus que é glorificado pelos que amam.
CONTEMPLAR
São
Pedro e o Anjo (c. 1650), Giovanni F. Barbieri (Il Guercino) (1591-1666), desenho,
giz vermelho sobre papel, Galeria de Arte do Sul da Austrália.
Nenhum comentário:
Postar um comentário