segunda-feira, 8 de junho de 2015

O Caminho da Beleza 29 - XI Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 29
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



XI Domingo do Tempo Comum                   14.06.2015
Ez 17, 22-24                       2 Cor 5, 6-10                      Mc 4, 26-34


ESCUTAR

“Eu sou o Senhor que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa; faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço” (Ez 17, 24).

“Caminhamos na fé e não na visão clara” (2 Cor 5, 7).

“A semente vai germinando e crescendo, mas não se sabe como isso acontece” (Mc 4, 27).


MEDITAR

Não desfaleças, deixa-te absorver pelo amor. Não podes saber para onde te levo... Não esperes, sobretudo, velhice tranquila, pacífica, considerada. Teu caminho é luta sem tréguas, até o fim, até o impossível (J. L. Lebret).

Eu que sou Divino estou verdadeiramente em ti. Jamais poderei ser separado de ti: por mais que sejamos afastados, jamais poderemos ser separados. Eu estou em ti e tu estás em Mim. Não poderíamos estar mais próximos. Nós dois estamos fundidos em um só, derramados em um único molde. Assim, infatigáveis, permaneceremos para todo o sempre (Metchild de Magdeburg).


ORAR

Somos chamados a recuperar os valores autênticos da pequenez, da obscuridade, da debilidade, da pobreza e da fragilidade. O Senhor elege as realidades mais humildes para realizar seus desígnios de grandeza imensuráveis segundo critérios e medidas humanas. A parábola de hoje nos fala de um processo germinal interno de cada pessoa e sociedade. Jesus semeia o Reino pregando o evangelho. Ele não se preocupa em conduzir a colheita e nem se ela acontecerá imediatamente. O desenvolvimento misterioso do Reino é assunto de Deus, pois é a sua obra e o seu segredo. Somos convidados a superar a impaciência, o imediatismo e os frenesis das soluções miraculosas. O Reino irrompe no meio de nós sem o sensacionalismo dos espetáculos, mas numa permanente ação silenciosa. A palavra chave é “ele não sabe como isso acontece”, ou seja, não entendemos nada e sabemos menos ainda. É o grande sorriso de Deus sobre nós, e como diz o Papa Francisco: “É preciso deixar que Deus nos surpreenda”. Assim é o amor de Deus: na fragilidade se revela forte e faz do impossível o possível. As transformações profundas que revelam a presença de Deus vêm dos pequenos, dos últimos e dos insignificantes. Deus se faz presente não porque a sociedade se torna mais religiosa, mas porque se faz mais humana, mais justa e solidária. Deus não reina porque as igrejas estão cheias, nem porque os movimentos religiosos se espalham nas praças, nas praias, nas marchas e passeatas. Deus reina porque e quando os homens e mulheres são mais honrados e mais respeitados na sua dignidade e em seus direitos diversos e plurais. Meditemos as palavras do papa Francisco: “A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-Se responsável, deseja nosso bem e quer nos ver felizes, cheios de alegria e serenos. Tal como Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros” (Misericordiae Vultus).


CONTEMPLAR

Árvore da Vida III, 2012, Catherine Nolin, acrílico sobre tela, Andover, Massachussets, Estados Unidos.





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