terça-feira, 14 de abril de 2015

O Caminho da Beleza 21 - III Domingo da Páscoa

O Caminho da Beleza 21
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


III Domingo da Páscoa                                    19.04.2015
At 3, 13-15.17-19               1 Jo 2, 1-5                Lc 24, 35-48


ESCUTAR

“Vós rejeitastes o santo e o justo e pedistes a libertação para um assassino. Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas” (At 3, 14-15).

Meus amados, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um defensor: Jesus Cristo, o justo (1 Jo 2, 1).

Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles (Lc 24, 41-42).


MEDITAR

Ressurreição não se trata de ressuscitação física. Trata-se de ingressar e participar em um “novo ser”. Trata-se de um poder transformador que se encontra em Jesus e que se distribui em novas dimensões do que significa ser humano (John Shelby Spong).

Jesus nos ensinou ou, ao menos, quis nos ensinar a situar Deus num universo interpessoal, isto é, um universo onde não só o conhecemos como o amamos. Este universo é o universo de nossa humanidade, é o universo de nossas ternuras e de nossos amores, o único universo respirável, o único no qual nós podemos nos situar, se nós não quisermos renunciar à nossa dignidade (Maurice Zundel).


ORAR

Existe uma história escrita pelo Altíssimo que inverte nossas opções equivocadas. Para Ele, sempre existirá um mas que vira do avesso os fatos e a história: “Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos”. Somos convidados a escrever uma história distinta de uma vez por todas e não mais atrapalhar e impedir a nova trama da vida. Esta novidade é possível graças ao Ressuscitado que não aceita o medo dos seus amigos: “Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma”. Devemos sempre nos questionar quais os fantasmas que criamos para deformar as exigências do Evangelho e nos evadir dos passos do Cristo. O Ressuscitado representa a derrota do medo para que possamos chegar à plenitude do amor (1 Jo 4, 18). O Cristo Ressuscitado nos liberta do medo do passado aniquilado, definitivamente, sobre a Cruz. O futuro não deve nos atemorizar porque Dele recebemos o dom da paz e a certeza de sua presença: o Ressuscitado leva as chagas do Crucificado e a Ressurreição não anula a Paixão. A partir de então, esta nova história será escrita se deixarmos de copiar o passado, pois crer significa aprender a ler os acontecimentos da vida, da própria vida, como expressão dos passos de Deus.


CONTEMPLAR


“Que o Cristo está morto..., que ele foi enterrado, e que ele ressuscitou ao terceiro dia (1ª epístola aos Coríntios, 15)”, 1964, Salvador Dalí (1904-1989), aquarela, Coleção Biblia Sacra, Chant V/99, Editora Rizzoli, Milão, Itália.




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