O Caminho da Beleza 21
Leituras para a
travessia da vida
“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente
diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo
tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma
beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu
prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
III Domingo da Páscoa 19.04.2015
At 3, 13-15.17-19 1 Jo 2, 1-5 Lc 24, 35-48
ESCUTAR
“Vós
rejeitastes o santo e o justo e pedistes a libertação para um assassino. Vós
matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos
testemunhas” (At 3, 14-15).
Meus
amados, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos
junto do Pai um defensor: Jesus Cristo, o justo (1 Jo 2, 1).
Jesus
disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. Deram-lhe um pedaço de peixe
assado. Ele o tomou e comeu diante deles (Lc 24, 41-42).
MEDITAR
Ressurreição
não se trata de ressuscitação física. Trata-se de ingressar e participar em um
“novo ser”. Trata-se de um poder transformador que se encontra em Jesus e que
se distribui em novas dimensões do que significa ser humano (John Shelby Spong).
Jesus
nos ensinou ou, ao menos, quis nos ensinar a situar Deus num universo
interpessoal, isto é, um universo onde não só o conhecemos como o amamos. Este
universo é o universo de nossa humanidade, é o universo de nossas ternuras e de
nossos amores, o único universo respirável, o único no qual nós podemos nos
situar, se nós não quisermos renunciar à nossa dignidade (Maurice Zundel).
ORAR
Existe uma história escrita pelo Altíssimo que
inverte nossas opções equivocadas. Para Ele, sempre existirá um mas que vira do avesso os fatos e a
história: “Vós matastes o autor da vida, mas
Deus o ressuscitou dos mortos”. Somos convidados a escrever uma história
distinta de uma vez por todas e não mais atrapalhar e impedir a nova trama da
vida. Esta novidade é possível graças ao Ressuscitado que não aceita o medo dos
seus amigos: “Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam
vendo um fantasma”. Devemos sempre nos questionar quais os fantasmas que
criamos para deformar as exigências do Evangelho e nos evadir dos passos do
Cristo. O Ressuscitado representa a derrota do medo para que possamos chegar à
plenitude do amor (1 Jo 4, 18). O Cristo Ressuscitado nos liberta do medo do
passado aniquilado, definitivamente, sobre a Cruz. O futuro não deve nos atemorizar
porque Dele recebemos o dom da paz e a certeza de sua presença: o Ressuscitado
leva as chagas do Crucificado e a Ressurreição não anula a Paixão. A partir de
então, esta nova história será escrita se deixarmos de copiar o passado, pois
crer significa aprender a ler os acontecimentos da vida, da própria vida, como
expressão dos passos de Deus.
CONTEMPLAR
“Que
o Cristo está morto..., que ele foi enterrado, e que ele ressuscitou ao
terceiro dia (1ª epístola aos Coríntios, 15)”, 1964, Salvador Dalí
(1904-1989), aquarela, Coleção Biblia Sacra, Chant V/99, Editora Rizzoli,
Milão, Itália.
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