O Caminho da Beleza 17
Leituras para a
travessia da vida
“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente
diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo
tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma
beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu
prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
IV Domingo da Quaresma 15.03.2015
2 Cr 36, 14-16.19-23 Ef 2, 4-10 Jo
3, 14-21
ESCUTAR
Zombavam
dos enviados de Deus, desprezavam as suas palavras, até que o furor do Senhor
se levantou contra o seu povo e não houve mais remédio (2 Cr 36, 16).
Deus
é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, quando
estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo. É
por graça que vós sois salvos! (Ef 2, 4-5).
“Deus
não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo
seja salvo por ele” (Jo 3, 17).
MEDITAR
Em
Deus, não há um Eu único, há três abrigos de luz, três abrigos de amor, três
abrigos de comunicação onde toda a Vida divina, constantemente, se renova num dom inesgotável (Maurice Zundel).
A
misericórdia de Deus em Cristo é mais do que a absolvição legal do pecado. O
cristão é chamado a se tornar um homem novo e a participar de uma nova criação
que é precisamente obra da misericórdia e não do poder (Thomas Merton).
ORAR
O centro e o ápice da nossa fé estão na
afirmação de que Deus ama tanto o mundo que entrega o seu Filho Único. Crer é
mais do que aderir cegamente a uma lista de enunciados e dogmas. O que devemos
crer, acima de tudo e de todos, é que o amor de Deus manifestado é o dom do Filho.
E o dom do Filho para nós é manifestado na Cruz. A Cruz nos fala de um amor
derrotado, mas vitorioso; humilhado, mas pleno de glória; traído, mas fiel.
Jesus foi levantado sobre o patíbulo da infâmia e sua exaltação não é uma
expressão de um poder dominador, mas a eleição de um outro poder: o do amor.
Este dom nos coloca em crise porque pode ser aceito ou rejeitado. Somos nós que
nos colocamos, como salvação ou condenação, diante da escolha do amor
manifestado em Cristo. Não há luz mais poderosa do que a luz do que é tão
humano, que nada tem para ocultar, pois sua vida e sua prática contagiam pela
bondade e pela humanidade. É tão humano que é divino.
CONTEMPLAR
A
Trindade na ortodoxia, 1974, Micheau-Vernez (1907-1989), óleo sobre
tela, 116 cm x 81 cm, Croisic, França.
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