segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O Caminho da Beleza 49 - XXX Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 49
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XXX Domingo do Tempo Comum              26.10.2014
Ex 22, 20-26                      1 Ts 1, 5-10                         Mt 22, 34-40


ESCUTAR

“Não oprimas nem maltrates o estrangeiro, pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito” (Ex 22, 20).

“E vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações” (1 Ts 1, 6).

“Mestre, qual é o maior mandamento da lei?” (Mt 22, 36).


MEDITAR

“Quando o mundo, ao contemplar a Igreja de Cristo, exclamar como nos primórdios da cristandade: ‘Vejam o quanto se amam!’, os cristãos olharão única e fixamente para aquele ao qual pertencem e, desconhecedores do bem que fazem, pedirão perdão por seus pecados” (Dietrich Bonhoeffer).

“A coisa mais importante do mundo é a possibilidade de ser-com-o-outro, na calma, cálida e intensa mutualidade do amor. O Outro é o que importa, antes e acima de tudo. Por mediação dele, na medida em que recebo sua graça, conquisto para mim a graça de existir. É esta a fonte da verdadeira generosidade e do autêntico entusiasmo – Deus comigo. O amor ao Outro me leva à intuição do todo e me compele à luta pela justiça e pela transformação do mundo” (Hélio Pellegrino).


ORAR

Jesus tinha um método estranho para fazer as operações: quando tinha que multiplicar, dividia (como fez com os pães); para obter maior resultado propunha o abandonar, cortar, perder. O judaísmo tinha 613 preceitos dos quais 365 começavam com “não” e 248 com um imperativo “deves”. Jesus não se perde neste emaranhado selvagem de prescrições e casuísmos. Ao ser provocado pelo doutor da Lei, resume tudo em dois mandamentos que têm um só fundamento: o Amor. Temos um certo descaso pelo que é essencial até porque preferimos a complexidade, as complicações e a quantidade de preceitos, pois nos ajudam a nos evadir do necessário. Temos medo deste recorte feito por Jesus que nos permite descobrir dois rostos: o do irmão e o do Pai. Jesus está impaciente porque deseja que sejamos capazes de ver alguma coisa e descobrir alguém. Jesus revela que todas as práticas, observâncias e tributos religiosos sem o mandamento principal do amor estão privados de sentido e valor. O mandamento do amor é o primeiro, não porque está no topo da lista, mas porque está no centro, no coração, pois é no coração que todos devem se referenciar e se medir. O amor é a medida da fé. Temos a pretensão de separar o amor de Deus do amor ao próximo. Reduzimos o nosso agir à frequência dos sacramentos e esquecemos de que ele deve ser calcado na luta pela justiça e contra a discriminação e a intolerância de todos os tipos. Jesus arranca os códigos morais religiosos de nossas mãos e nos obriga a descobrir um rosto, vários rostos. O essencial não está escrito nas páginas de um livro, pois o essencial sempre tem um rosto. Jesus nos faz saber que não existe nenhum espaço sagrado em que possamos nos encontrar somente com Deus e ficar de costas para os outros. Um amor a Deus que esquece seus filhos e filhas é uma grande mentira.


CONTEMPLAR

O coração pleno do amor, 2010, Patrice Delaby (1953-), óleo sobre tela, Pas-de-Calais, França.




           
           




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