segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Caminho da Beleza 27 - VI Domingo da Páscoa


O Caminho da Beleza 27
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



VI Domingo da Páscoa             25.05.2014
At 8, 5-8.14-17                  1 Pd 3, 15-18                      Jo 14, 15-21



ESCUTAR

“Era grande a alegria naquela cidade” (At 8, 8).

“Amados, santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir” (1 Pd 3, 15).

“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai e eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14, 21).



MEDITAR

“O beato João Evangelista, enquanto passeava em Éfeso os últimos anos da sua existência, era levado com dificuldade à igreja no braço dos seus discípulos e não podia falar muito, nem dizer em cada homilia outra coisa além disso: ‘Filhinhos, amai-vos uns aos outros’. Até que um dia os irmãos e os discípulos que estavam presentes, aborrecidos de tanto escutar sempre as mesmas palavras, perguntaram-lhe: ‘Mestre, por que dizes sempre isso?’. E ele respondeu com uma sentença digna de João: ‘Porque é o mandamento do Senhor e, se só isso fosse observado, bastaria’” (São Jerônimo).

“Aquilo que se fez passar por cristianismo nesses dezenove séculos é apenas um início, acúmulo de fraquezas e de erros, e não um cristianismo maduro originado do espírito de Jesus” (Albert Schweitzer).



ORAR

Jesus não nos deixa o legado de uma doutrina, um manual de instruções e muito menos um código de conduta. Jesus nos deixa um desejo, um único desejo: que nos amemos! A Igreja é a Igreja de Cristo não por ser o lugar da obediência, da disciplina, da organização perfeita, mas por ser uma comunidade de amor. Não temos nenhum cerificado de autenticidade cristã, apenas uma condição: “Se me amais...”. Somente àquele que ama será dado o Espírito defensor, o Espírito da verdade que continuará em nós a presença do Cristo: “Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós”. Não necessitamos de excursões a vários santuários para encontrar vestígios do divino, pois o divino está dentro de nós, somos templos de Deus (1 Cor 3, 16). A verdadeira desgraça é que estamos dispostos, custe o que custar, a irmos aos lugares mais distantes para ver o Senhor e temos medo de ir ao lugar mais próximo: o centro de nós mesmos, o nosso coração. A Igreja do Cristo é uma igreja do amor fraterno, da terna tolerância que é o nome da generosidade. É uma Igreja da coerência em que estaremos sempre prontos a dar razão da nossa esperança a quem nos pedir. O Espírito Santo assume uma dupla função. No interior da comunidade, mantém viva e interpreta a mensagem do Cristo: “O Valedor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse” (Jo 14, 26); e sustenta os fiéis no seu confronto com o mundo, ajudando-os a decifrar o sinal dos tempos e o sentido da História. É vital abrir as portas da comunidade e dos corações à ação do Espírito dado pelo Cristo Pascal. O Pai, o Cristo, o Espírito e nós somos vinculados por um amálgama de amor, pois no Evangelho domina a categoria do encontro, da aliança e da comunhão e, mais do que nunca, a liberdade, a paz, a justiça e a reconciliação não podem ser privatizadas. Não devemos ter medo de anunciar as exigências concretas da verdade evangélica, pois só ela pode romper a comodidade de uma tradição religiosa multissecular e a ilusão de que nós, católicos apostólicos romanos, pertencemos à religião mais poderosa do mundo. A verdade de Deus humaniza a todos senão não é a verdade de Deus. E a verdade de Deus é buscar, em primeiro lugar, o seu Reino e a sua justiça (Mt 6, 33). O Papa Bento XVI nos exortava: “A fonte do Espírito é Jesus. Quanto mais penetramos em Jesus, tanto mais realmente penetramos no Espírito e este penetra em nós”.



CONTEMPLAR

Carisma, Yvonne Bell, pintura sobre seda, Northamptonshire, Reino Unido.








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