O Caminho da Beleza 05
Leituras para a travessia da vida
“O
conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos:
conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma
‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que
atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Missa do dia de Natal 25.12.2013
Is 52, 7-10 Hb 1,1-6 Jo 1, 1-18
ESCUTAR
“Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e
prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: ‘Reina teu
Deus!’” (Is 52, 7).
“Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei” (Hb 1, 5).
“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).
MEDITAR
“Vê, aí está
ele – o deus. Onde? Aí mesmo; não podes vê-lo? Ele é o deus e, não obstante,
não tem onde repousar a cabeça, e não ousa apoiar-se em nenhum homem para não
vir a escandalizá-lo. Que vida! puro amor e pura aflição: querer exprimir a
unidade do amor e aí não ser compreendido; ter de temer a perdição de cada um
e, no entanto, não poder, em verdade, salvar um único homem a não ser desta
maneira” (Soren Kierkegaard).
“Com sua encarnação,
Cristo colocou-se entre mim e as circunstâncias do mundo (...). Não se coloca
apenas entre mim e Deus, mas está igualmente entre mim e o mundo, entre mim e
os outros seres humanos e coisas. Ele é o
mediador, e isso não somente entre Deus e os seres humanos, mas também
entre ser humano e ser humano, e entre o ser humano e a realidade” (Dietrich
Bonhoeffer).
ORAR
Nem Maria, nem José e nem os pastores sabiam o que
era Natal e muito menos Herodes.
Infelizmente, os cristãos, acreditam saber o que é, como deve ser, quando chega
e até quando dura o Natal. Tudo funciona como o previsto, nenhuma surpresa
deverá atrapalhar a festa natalina
que se repete ano a ano e nela o Emmanuel está excluído ainda que finjamos a sua
acolhida. O protagonista do natal cristão é outro: é um Deus que nasce numa
criança pobre, em terra estrangeira, que não é tranquilizador, não está
previsto em nosso cerimonial natalino e muito menos satisfaz o nosso
sentimentalismo religioso. Hoje celebramos a libertação, a consolação e a
alegria se realizando em plenitude neste dia de luz legado ao cristianismo, na
sua origem, pela celebração pagã do Sol Invicto. Hoje surge um novo dia, as
sentinelas anunciam uma luz indestrutível e a escravidão foi aniquilada. Deus
ergue a sua tenda do encontro com os homens e mulheres e a plenitude da vida
resplandece neste Menino visível, acessível e palpável. O Natal é a celebração
da unidade de todo o ser em Cristo. O Natal nos convida a um ato de justiça, de
perdão, de doação e de compreensão. O Natal suscita a ternura, a mesma
manifestada por Deus neste dia e sempre. Nossa vida é iluminada, confortada e
encorajada pela presença da Criança de Belém que modifica todas as
perspectivas, abre-nos uma verdadeira esperança e nos convida a uma vida de
amor. Neste dia devemos proclamar que o importante não é que o homem tenha
caminhado sobre a lua, o importante é que Deus tenha caminhado sobre a terra.
Ninguém está excluído da alegria deste dia e nele devemos nos despojar do peso
dos nossos ressentimentos e remorsos para que a alegria da novidade volte a
habitar o nosso coração e a nossa vida como “crianças recém-nascidas” (1 Pd 2,
2). Meditemos as palavras do Papa Bento XVI: “A Palavra eterna fez-se pequena;
tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-se criança para que a Palavra possa
ser compreendida por nós. Desde então a Palavra já não é apenas audível, não
possui somente uma voz; agora a Palavra tem um rosto, que por isso mesmo
podemos ver: Jesus de Nazaré” (Verbum
Domini 12).
CONTEMPLAR
Filho de Deus nascido (Te Tamari
no Atua), Paul Gauguin, 1896, óleo sobre tela, Neue Pinakothek, Munique, Alemanha.
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