segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O Caminho da Beleza 05 - Natal de Jesus


O Caminho da Beleza 05
Leituras para a travessia da vida

 
“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


Missa do dia de Natal               25.12.2013
Is 52, 7-10               Hb 1,1-6                   Jo 1, 1-18

 
 
ESCUTAR

 
“Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: ‘Reina teu Deus!’” (Is 52, 7).

 
“Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei” (Hb 1, 5).

 
“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).

 

MEDITAR

 
“Vê, aí está ele – o deus. Onde? Aí mesmo; não podes vê-lo? Ele é o deus e, não obstante, não tem onde repousar a cabeça, e não ousa apoiar-se em nenhum homem para não vir a escandalizá-lo. Que vida! puro amor e pura aflição: querer exprimir a unidade do amor e aí não ser compreendido; ter de temer a perdição de cada um e, no entanto, não poder, em verdade, salvar um único homem a não ser desta maneira” (Soren Kierkegaard).

 
“Com sua encarnação, Cristo colocou-se entre mim e as circunstâncias do mundo (...). Não se coloca apenas entre mim e Deus, mas está igualmente entre mim e o mundo, entre mim e os outros seres humanos e coisas. Ele é o mediador, e isso não somente entre Deus e os seres humanos, mas também entre ser humano e ser humano, e entre o ser humano e a realidade” (Dietrich Bonhoeffer).

 

ORAR


Nem Maria, nem José e nem os pastores sabiam o que era Natal e muito menos Herodes. Infelizmente, os cristãos, acreditam saber o que é, como deve ser, quando chega e até quando dura o Natal. Tudo funciona como o previsto, nenhuma surpresa deverá atrapalhar a festa natalina que se repete ano a ano e nela o Emmanuel está excluído ainda que finjamos a sua acolhida. O protagonista do natal cristão é outro: é um Deus que nasce numa criança pobre, em terra estrangeira, que não é tranquilizador, não está previsto em nosso cerimonial natalino e muito menos satisfaz o nosso sentimentalismo religioso. Hoje celebramos a libertação, a consolação e a alegria se realizando em plenitude neste dia de luz legado ao cristianismo, na sua origem, pela celebração pagã do Sol Invicto. Hoje surge um novo dia, as sentinelas anunciam uma luz indestrutível e a escravidão foi aniquilada. Deus ergue a sua tenda do encontro com os homens e mulheres e a plenitude da vida resplandece neste Menino visível, acessível e palpável. O Natal é a celebração da unidade de todo o ser em Cristo. O Natal nos convida a um ato de justiça, de perdão, de doação e de compreensão. O Natal suscita a ternura, a mesma manifestada por Deus neste dia e sempre. Nossa vida é iluminada, confortada e encorajada pela presença da Criança de Belém que modifica todas as perspectivas, abre-nos uma verdadeira esperança e nos convida a uma vida de amor. Neste dia devemos proclamar que o importante não é que o homem tenha caminhado sobre a lua, o importante é que Deus tenha caminhado sobre a terra. Ninguém está excluído da alegria deste dia e nele devemos nos despojar do peso dos nossos ressentimentos e remorsos para que a alegria da novidade volte a habitar o nosso coração e a nossa vida como “crianças recém-nascidas” (1 Pd 2, 2). Meditemos as palavras do Papa Bento XVI: “A Palavra eterna fez-se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-se criança para que a Palavra possa ser compreendida por nós. Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz; agora a Palavra tem um rosto, que por isso mesmo podemos ver: Jesus de Nazaré” (Verbum Domini 12).

 

CONTEMPLAR

 
Filho de Deus nascido (Te Tamari no Atua), Paul Gauguin, 1896, óleo sobre tela, Neue Pinakothek, Munique, Alemanha.
 



 

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