O Caminho da Beleza 02
Leituras para a travessia da vida
“O
conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos:
conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma
‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que
atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Imaculada Conceição de Nossa
Senhora 08.12.2013
Gn 3,9-15.20 Ef 1, 3-6.11-12 Lc 1, 26-38
ESCUTAR
“Adão disse: ‘A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me
deu o fruto da árvore e eu comi’” (Gn 3, 12).
“Ele nos predestinou para sermos filhos adotivos” (Ef 1, 5).
“Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1, 28).
MEDITAR
“O papel da mulher na Igreja é de serviço, não de servidão”
(Francisco).
“O que é bom para mim se Maria deu à luz ao Filho de Deus 1400 anos
atrás e eu não dou à luz ao Filho de Deus na minha própria pessoa e no meu
tempo e cultura? (...) Nós somos todos predestinados a ser mães de Deus”
(Mestre Eckhart).
ORAR
A festa que hoje celebramos é festa da Mulher cuja
descendência vencerá completamente o Mal e a Morte, pois existe uma hostilidade
recíproca entre a serpente, símbolo do Mal, e a descendência da Mulher. Maria
não é imaculada por seu próprio mérito, mas por um dom de Deus e o é desde o
começo da sua existência quando a sua vontade não podia ainda intervir e se
manifestar. E, também nós, o Pai “em Cristo, nos escolheu, antes da fundação do
mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor”. A
santidade cristã não é uma santidade de separação, mas de amor e comunhão. Ser
imaculado significa se separar do mal e não das pessoas. A Imaculada Conceição
não separa Maria dos outros homens e mulheres, mas, ao contrário, a predispõe a
um amor maior e mais universal. Maria prepara o seu coração ao dar-se com uma
generosidade ilimitada para o bem de todos em união com a entrega total e
amorosa do seu Filho: a ternura de Deus encarnada. Ela manifesta a sua
santidade ao não conceber e alimentar sentimentos de orgulho em razão desta
grande dignidade que lhe é prometida. Maria se apresenta como serva e se coloca
absolutamente disponível aos desígnios de Deus. A Imaculada Conceição participa
deste desígnio de amor e nos prepara não somente para a festa de Natal, mas para
o mistério pascal de Jesus. Identificada aos pobres de Deus, Maria testemunhará
o seu Filho se deixar tocar por impuros, se sentar com pecadores, ter entre
seus seguidores mulheres, discípulos de má fama e morrer crucificado entre
malfeitores. A comunidade eclesial deve viver esta disponibilidade de Maria e
de Jesus: um amor desnudado, sem normas nem enfeites, em que a santidade
resplandece sem ideologia, sem interesses e em estado puro. Somos todos filhos
das entranhas do Senhor (Is 49, 15) e Clemente de Alexandria escreveu: “pela
sua misteriosa divindade, Deus é Pai. Mas a ternura que tem para conosco
transforma-o em Mãe. Amando, o Pai torna-se feminino”. Vamos encarnar, nesta
festa de Maria, as bodas definitivas da ternura de Deus com a humanidade, prometida
desde a criação e vingada em Jesus de Nazaré, o Emmanuel, Deus-Conosco.
CONTEMPLAR
A Anunciação,
Henry Ossawa Tanner, 1898, óleo sobre tela, 57,0”x 71,25”, Philadelphia Museum
of Art, Estados Unidos.
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