O Caminho da Beleza 41
Leituras para a travessia da vida
“A beleza é a
grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os
frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como
Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo”
(Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando recebia
tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima
alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe
cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
XXII Domingo do Tempo Comum 01.09.2013
Eclo 3, 19-21.30-31 Hb
12, 18-19.22-24 Lc 14, 1.7-14
ESCUTAR
“Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e serás amado
mais do que um homem generoso. À medida que fores grande, deverás praticar a
humildade e assim encontrarás graça diante do Senhor. Muitos são altaneiros e
ilustres, mas é aos humildes que ele revela seus mistérios” (Eclo 3, 19-20).
“Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus
vivo, a Jerusalém” (Hb 12, 22).
“Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será
elevado” (Lc 14, 11).
MEDITAR
“O Deus, que
transforma minha vida, insufle uma esperança própria para me fazer considerar a
minha vida e aquela que me cerca com um olhar diferente, e me faça participar
do Reino pela justiça, na condição dos humildes e pobres” (Cardeal Martini).
"O
mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos." (Honoré de Balzac).
ORAR
A humildade ainda não foi apagada da
lista das virtudes. Quem faz coisas verdadeiramente importantes não precisa
inflacioná-las, amplificá-las para chamar a atenção e a admiração do público. O
sábio não é o que exerce a prática do ensino, mas a reflexão: “medita sobre os
enigmas” e o sinal da sabedoria é “o ouvido atento”. O sábio é definido pelo
seu desejo de entender e pela capacidade de escutar. A humildade serve para
tornar um pouco menos insuportável a convivência conosco mesmo. O “inferno não
são os outros”, como afirmava Sartre, mas nós mesmos. São João da Cruz pregava:
“Deus nos livre de nós mesmos”. Jesus condena todo carreirismo, a atitude
arrivista desenfreada, a vaidade escancarada, a ostentação vergonhosa e as
torpes auto-promoções. No banquete do Reino será considerada a pequenez e a
humildade será a titulação mais valorizada, pois o pouco com Deus é muito.
Jesus anuncia que na mesa do Reino as precedências serão invertidas: “Quando
deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu
serás feliz, porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na
ressurreição dos justos”. A hospitalidade oferecida aos segregados deve
representar a abolição concreta da exclusão e constitui uma espécie de garantia
para não sermos excluídos do Reino. Os pequenos nos revelam o segredo da grandeza;
os excluídos nos outorgam a permissão para entrar e os solitários nos asseguram
a comunhão. O encontro com Deus pelo Ressuscitado acontece num clima de festa e
de convívio e não mais de fenômenos grandiosos. Surge o rosto humano de Jesus e
os únicos sinais serão os nossos nomes escritos nos céus.
CONTEMPLAR
O orgulho, Arcabas (Jean-Marie Pirot), 1985,
acetato de polivinil, areia de silício, carborundum, ouro batido 23 k, Igreja
de Saint-Hugues-de-Chartreuse, Isère, Grenoble, França.
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