O Caminho da Beleza 40
Leituras para a travessia da vida
“A beleza é a
grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os
frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como
Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo”
(Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando recebia
tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima
alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe
cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
XXI Domingo do Tempo Comum 25.08.2013
Is 66, 18-21 Hb
12, 5-7.11-13 Lc 13, 22-30
ESCUTAR
“Eu, que conheço suas
obras e seus pensamentos, virei para reunir todos os povos e línguas ; eles
virão e verão minha glória” (Is 66, 18).
“Pois o Senhor corrige
a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho” (Hb 12, 6).
“Fazei todo esforço
possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos
tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13, 24).
MEDITAR
“Uma religiosidade que
conceba Deus como o defensor dos próprios privilégios e da própria riqueza, não
merece o nome de religiosidade senão o de superstição ou idolatria, por mais
que esta superstição se queira corrigir depois com outras exigências morais”
(A. Pieris).
“Julgamento – isto, é
o que a gente tem de sempre pedir! Para que? Para não se ter medo! É o que
comigo é (...) Se a condena for às ásperas, com a minha coragem me amparo.
Agora, se eu receber sentença salva, com minha coragem vos agradeço. Perdão,
pedir, não peço: que eu acho que quem pede, para escapar com vida, merece é
meia-vida e dobro de morte” (João Guimarães Rosa, Grande Sertão:Veredas).
ORAR
Devemos
aprender a viver na imprevisibilidade: não querer saber nem “o dia e nem a
hora”; nem se são “poucos os que se salvam” e nem assegurar os “primeiros
lugares” (Mt 18, 1). Jesus se recusa a satisfazer este tipo de curiosidade e
para isto introduz, nas nossas vidas, o elemento surpresa. A surpresa está não
só na proveniência insólita e para muitos suspeita dos que serão admitidos ao
banquete, mas também no tipo de categoria dos excluídos: “Nós comemos e bebemos
diante de ti e tu ensinaste em nossas praças”. Corremos o perigo dos que se
consideram privilegiados e se dão conta de que a ordem das precedências foi
invertida: “Há últimos que serão os primeiros e primeiros que serão os
últimos”. A salvação é universal, mas não deve ser confundida com facilidade.
Se o horizonte é sem medidas, o evangelho nos surpreende com a
imprevisibilidade de uma porta estreita e ninguém está autorizado a alargá-la,
nem muito menos eliminá-la. Precisamos nos desapegar de tudo o que pode criar
obstáculos pela estreiteza da porta de entrada. Uma porta construída
exclusivamente com material evangélico: amor e justiça alicerçados na humildade
e no serviço. Tudo está colocado à luz do amor, tanto o horizonte imenso como a
porta estreita; tanto o banquete universal quanto a dura exclusão dos que
forçam a entrada por meio de suas pretensões farisaicas de uma fidelidade
puramente exterior. O Senhor nos faz saber que, paradoxalmente, só passaremos
pela porta estreita ampliando os horizontes e dilatando o coração.
CONTEMPLAR
A Vitória, René Magritte, 1939, guache, 45 x 35 cm, Galeria Isy Brachot, Bruxelas,
Bélgica.
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