O Caminho da Beleza 42
Leituras para a travessia da vida
“A beleza é a
grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os
frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como
Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo”
(Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando recebia
tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima
alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe
cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
XXIII Domingo do Tempo Comum 08.09.2013
Sb 9, 13-19 Fm
9-10.12-17 Lc 14, 25-33
ESCUTAR
“Qual é o homem que
pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor”
(Sb 9, 13).
“Caríssimo, eu, Paulo,
velho como estou e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, faço-te um pedido
em favor do meu filho que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo” (Fm 9-10).
“Se alguém vem a mim,
mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos
e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,
26).
MEDITAR
“Deus é amor. Mas o amor pode também ser odiado, quando exige
do homem que saia de si próprio para ir além de si mesmo. O amor não é um
romântico sentimento de bem-estar. Redenção não é wellness, bem-estar, um mergulho na autocompacência, mas uma
libertação do auto-fechamento no próprio eu.” (Bento XVI).
“Deixamos pouco espaço para que esse poema que é Jesus Cristo
se organize em nós e se torne verdadeiramente o canto de nossa vida” (Maurice
Zundel).
ORAR
As igrejas se exaurem cada vez mais
pela quantidade de pessoas que alardeiam, com uma segurança assombrosa,
conhecer a “vontade de Deus”. E a “vontade de Deus” sempre está de acordo com
seus interesses, caprichos e atos duvidosos. Os dogmatismos mais vergonhosos
celebram triunfos inenarráveis pelas suas intolerâncias e discriminações. Urge
suplicar ao Senhor que nos envie um suplemento de sabedoria. Jesus ensina no
seu evangelho uma sabedoria que vai contra a corrente. Nenhuma decisão pode ser
tomada às pressas e, num momento de euforia, é preciso ter uma disposição para
o cansaço, uma aceitação da cruz e uma determinação de ir até as últimas
consequências. Jesus não legitima nenhuma comodidade. Ele propõe uma
reviravolta na escala de valores: a renúncia de todos os bens, a
disponibilidade para entrar na lógica louca do amor, da doação, no abandono dos
cálculos egoístas e das reservas ditadas pelo desejo de “administrar”
prudentemente a própria vida. A decisão fundamental de seguir a Cristo exclui
as meias medidas, as cômodas desculpas e os caprichos pessoais. Jesus testemunha
que a única eleição equivocada é a neutralidade, o único compromisso
imperdoável é não se comprometer e a única posição intolerável é a indiferença.
CONTEMPLAR
Jesus carregando sua cruz, Michel Ciry, 2006(?), óleo sobre
tela, Museu Michel Ciry, Varengeville-sur-Mer, Normandia, França.