O Caminho da Beleza 36
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
XVII Domingo do Tempo Comum 28.07.2013
Gn 18, 20-32 Cl 2, 12-14 Lc 11, 1-13
ESCUTAR
“Estou sendo atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza”
(Gn 18, 27).
“Com Cristo fostes sepultados no batismo; com ele também fostes
ressuscitados por meio da fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre
os mortos” (Cl 2, 12).
“Portanto, eu vos digo, pedi e recebereis; procurai e encontrareis;
batei e vos será aberto. Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para
quem bate, se abrirá” (Lc 11, 9-10).
MEDITAR
“Não era o ar movido pela voz
que chegava aos ouvidos do profeta, mas Deus que falava em seu íntimo” (São
Jerônimo, comentando a sabedoria do profeta Isaías).
A oração é o secreto absoluto. É
totalmente oposta à publicidade. Quem ora já não conhece a si mesmo, mas
somente a Deus a quem invoca (Dietrich Bonhoeffer).
ORAR
Duas cenas ficam gravadas na memória: a estupenda
negociação entre Abraão e Deus e o colóquio noturno entre o indivíduo
inoportuno e o amigo despertado de sobressalto à meia noite. Uma oração de
intercessão e a outra de petição e ambas sob o signo da insistência, da
coragem, da confiança e, inclusive, do enfrentamento. Ambas são escutadas. Até
então, as culpas de um ou de poucos eram pagas por toda a coletividade e agora
Abraão se bate com humildade, mas com decisão, para que a inocência de uma
minoria seja motivo de perdão para todos os outros pecadores. Abraão descobre
que no Senhor encontra-se uma justiça disposta a dar espaço ao perdão e que, em
Deus, a vontade de salvar prevalece sobre a de castigar. No Evangelho, a oração
é um apelo não ao juiz da terra, mas a um Deus que é Pai. Cristo autoriza a nos
dirigirmos a Deus como Pai, esta palavra-chave que abre de par em par todas as
portas, inclusive as mais inacessíveis e legitima as aspirações as mais
impossíveis. Não se trata de colocar na balança o peso dos justos, mas a nossa
condição de filhos e filhas. Podemos pedir ousadamente e, ao mesmo tempo, neste
pedido nos comprometemos. No Pai Nosso
escutamos o que Deus espera de nós, ou seja, exatamente as mesmas coisas que
pedimos a Ele. O Pai nos escuta, mas não nos tempos e nos modos fixados por
nós. Podemos estar seguros que “o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o
pedirem” e o Espírito Santo é o princípio da liberdade e da imprevisibilidade.
O Pai nos escuta, certamente, mas do seu modo que é a generosidade infinita de
um pai e não do nosso modo que é sempre redutivo e restritivo. Nós cristãos,
devemos preferir sempre um Deus que nos surpreenda a um Deus que nos satisfaça
e contente, pois devemos confiar mais em suas respostas do que em nossas
perguntas, mais nos seus dons do que em nossos pedidos. A oração ensinada por
Jesus deve nos conduzir a um silêncio de escuta do nosso ser que vibra em sintonia
com a humildade da entrega – “Seja feita a tua vontade”, e com a permanente
insistência – “Mas livrai-nos do Mal”.
CONTEMPLAR
Be (ser), Barbara
Kruger, 1985, foto-litografia offset e serigrafia em folha de papel, 52.0
x 52.0 cm, Newark, New Jersey, Estados Unidos.
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