segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Caminho da Beleza 35 - XVI Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 35
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).

XVI Domingo do Tempo Comum                21.07.2013
Gn 18, 1-10             Cl 1, 24-28              Lc 10, 38-42


ESCUTAR

Voltarei, sem falta, no ano que vem, por este tempo, e Sara, tua mulher, já terá um filho” (Gn 18, 10).


“Alegro-me de tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo, em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja” (Cl 1, 24).

“Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (Lc 10, 41).


MEDITAR

“Muitos homens religiosos, à força de observâncias e renúncias, se tornam duros de coração. Porque se tratam de observâncias e renúncias que apontam justamente ao coração. E em lugar de fazê-lo bondoso, o endurecem, o secam e o fazem indiferente ao que passa na vida” (José M. Castillo).

“Mesmo nos momentos mais trágicos, o cristão não tem outro direito senão o de criar alegria. Dele é exigida permanentemente a arte de transfigurar as horas mortas, as ações medíocres, a monotonia cotidiana. Seu dever é resgatar toda a sua participação na náusea do mundo” (Emmanuel Mounier).

ORAR


A hospitalidade é um dos sinais de fidelidade ao mandamento do amor sem fronteiras. Aquele-que-chega é sempre uma presença misteriosa e pode mudar, radicalmente, a nossa vida. A hospitalidade verdadeira é sempre acompanhada com frutos de fecundidade, basta escutarmos o que o hóspede tem a nos dizer. A hospitalidade cristã tem sua expressão mais no mistério eucarístico: os que recebem o pão divino descobrem que, na realidade, são recebidos pela Trindade amorosa que neles faz a sua morada. A hospitalidade rompe o anonimato e o isolamento, pois nela somos e existimos para alguém e para uma comunidade. A palavra de Jesus é dada gratuitamente desde que estejamos disponíveis para escutá-la e cumpri-la. Escutar a palavra de Jesus é acolher a mensagem de envio para o serviço ao outro. O evangelista mostra Jesus soberano na sua liberdade ao abolir a exclusão sócio-religiosa e ser recebido na casa de duas mulheres. Marta fica atribulada em hospedar o Mestre que sempre chegava sem aviso prévio e acompanhado de muita gente. Maria, no entanto, transgride duplamente: primeiro, deixa de lado o papel tradicional da mulher ao não ajudar a sua irmã na acolhida aos hóspedes; segundo, senta-se aos pés de Jesus, como os discípulos sentavam-se, nos banquetes, aos pés de seus mestres. O erro de Marta é um erro de perspectiva. O de não entender que a chegada do Cristo significa, principalmente, a grande ocasião que não se pode perder e, consequentemente, a necessidade de sacrificar o importante pelo urgente. Devemos sempre nos perguntar quem está no centro da casa: o Senhor ou Marta. Ao nos dedicarmos às coisas do Senhor, esquecemos da acolhida profunda e silenciosa da sua palavra, como fez Marta, que viu a si mesma. Mestre Eckhart escrevia: “Quanto menos alguém procurar a si mesmo no ser amado tanto mais o prazer de se unir a ele”. O afã cotidiano deste mundo pode abafar a escuta e nos fazer sucumbir nas preocupações diárias. E Jesus alerta: “A cada dia basta a sua preocupação”. A hospitalidade nos conduz às aragens do sagrado, pois “graças à hospitalidade alguns, sem o saber, acolheram anjos” (Hb 13, 2). A hospitalidade nos liberta do narcisismo, de olharmos somente para nós, pois quanto mais temos necessidade de espelhos tanto mais Deus passa a vida a quebrá-los.


CONTEMPLAR

Santa Trindade (A Hospitalidade de Abraão), anônimo, ícone de meados do século XVI, escola de Novgorod, Rússia.

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