segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Caminho da Beleza 34 - XV Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 34
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XV Domingo do Tempo Comum                  14.07.2013
Dt 30, 10-14                       Cl 1, 15-20               Lc 10, 25-37


ESCUTAR

“Esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir” (Dt 30, 14).

“Deus quis habitar Nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz” (Cl 1, 19-20).

“Vai e faze a mesma coisa!” (Lc 10, 37).


MEDITAR

“Sem Cristo não conheceríamos Deus, não poderíamos invocá-lo nem vir a ele. Sem Cristo também não conheceríamos o irmão nem poderíamos encontrá-lo. O caminho está bloqueado pelo próprio eu. Cristo desobstruiu o caminho que leva a Deus e ao irmão” (Dietrich Bonhoeffer).

“Isso é a experiência religiosa: o estupor de encontrar alguém que está nos esperando. A partir desse momento, para mim, Deus é o que está um passo à frente. Você o está buscando, mas ele o busca primeiro. Queremos encontrá-lo, mas ele nos encontra primeiro” (Papa Francisco).


ORAR

Cristo é o revelador do rosto escondido, inacessível do Senhor e do seu desígnio de amor para a humanidade. Este desígnio permanece fechado para duas categorias de pessoas: os doutos que se limitam a um conhecimento intelectual e os justos praticantes que demonstram sua incapacidade de reconhecer o próximo ao se deparar com ele. O doutor da Lei é um pedante: pretende discutir, justificar seu próprio saber diante de Jesus, definir o conceito exato de próximo e determinar com precisão os limites do amor. Jesus não entra nesta armadilha ardilosa e nem se deixa enredar num debate interminável, apenas aponta ao interlocutor que lhe falta traduzir o saber em fazer, pois dois verbos faltam em seu vocabulário: ir e fazer. Na parábola tanto o sacerdote como o levita viram o homem caído e seguiram “adiante pelo outro lado”. Os dois especialistas da religião pretendiam atingir a Deus e, por esta razão, passaram ao largo do outro, que necessitava de auxílio, pois para eles era um obstáculo que os impediria de chegar mais rápido a Deus. O sacerdote, para realizar o seu programa religioso, não admite correr o risco de se atrasar caso fosse atender às necessidades do homem espancado e quase morto. Seu itinerário espiritual não tolera atrasos, desvios, distrações e imprevistos. Seus deveres legais são mais importantes que o coração, a humanidade e a ternura. Não podemos nos enredar na cilada da grande ilusão: a de que podemos chegar a Deus passando ao largo, por cima do próximo, e de que podemos encontrar a Deus sem ter necessidade de encontrar o irmão. Não podemos nos ocupar das coisas de Deus sem nos darmos conta de que o que interessa a Ele são as necessidades dos homens e mulheres, seus filhos e filhas. Jesus é incisivo ao revelar que não existe nenhum “outro lado” do caminho que possa conduzir a Deus. O sacerdote e o levita chegaram sem obstáculos até o final da estrada, mas faltaram ao encontro. O samaritano não deu mais do que dois passos, mas na direção exata e encontrou Deus.  Amar o próximo é amar o Deus que existe nele e o papa Bento XVI nos exorta: “Amor a Deus e amor ao próximo se fundem entre si: no mais humilde e pequenino encontramos o próprio Jesus e em Jesus encontramos Deus” (Deus Caritas Est, 5). Com todos os riscos possíveis devemos sempre nos indagar: “O que acontecerá a este homem se eu não parar para ajudá-lo?”. As estradas da vida são malditas não somente porque escondem bandidos, corruptos, mentirosos e hipócritas. As estradas da nossa vida serão malditas quando revelarem a ausência de amor que é o nome da indiferença. Que não sejamos nem como o sacerdote e nem como o levita, mas sobretudo que não sejamos os assaltantes que aviltam a dignidade humana em nome do seu poder civil e religioso e cujas vidas são um constante escarro na face de Deus.


CONTEMPLAR

O Bom Samaritano, Cláudio Pastro, in: Parábolas, São Paulo, Paulinas, Brasil, 2002.

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