segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Caminho da Beleza 26 - Solenidade de Pentecostes



O Caminho da Beleza 26
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


Solenidade de Pentecostes                19.05.2013
At 2, 1-11                  1 Cor 12, 3-7.12-13                       Jo 20, 19-23


ESCUTAR

“Todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua” (At 2, 11).

“Há diversidades de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1 Cor 12, 4-7).

“A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20, 21).


MEDITAR

Do sim a Deus faz parte um não com a mesma determinação. O sim de vocês a Deus exige um não a toda injustiça, a toda maldade, a toda mentira, a toda opressão e constrangimento dos fracos e pobres, a toda descrença e a toda blasfêmia em relação ao sagrado (Dietrich Bonhoeffer, Prédica de Confirmação, 1938).

“As pessoas necessitam saber o que são elas mesmas. Há em cada um de nós um certo tom, uma certa palavra e nosso dever é fazer disto nosso próprio poema, nosso próprio canto, uma sinfonia. Se faltamos a esse dever, teremos vivido em vão” (Eugen Drewermann).


ORAR

Pentecostes é o anti-Babel, pois o desígnio se realiza graças à intervenção do Pai que faz descer sobre os apóstolos o seu Espírito e determina a criação de uma humanidade nova por meio da unificação de todos os povos por meio do dom das línguas. Quando se trata de fazer conhecer as maravilhas de Deus, não existe uma língua definida como única e sagrada. São utilizadas as línguas maternas, pois Deus, quando quer dar a conhecer suas “grandes obras” e conversar com eles, adota a língua de cada um. E a língua de cada um se torna sagrada porque é o instrumento do anúncio do desígnio de Deus e de resposta por parte dos homens. O Espírito enviado não se limita a refrescar a memória, mas a atualizar a palavra revelada num aprofundamento da compreensão existencial e vital. Sem Jesus não é possível compreender o Pai e sem o Espírito não é possível compreender Jesus que é o Seu intérprete, o exegeta único e insubstituível. O Pai é inacessível sem Jesus e o Filho inacessível sem o Espírito. O Espírito torna presente a Palavra no seio da comunidade fraterna como tornou presente o Verbo no seio de Maria. Em nome da mãe inaugura-se a Vida assim como em nome do Espírito inaugura-se a Igreja de Jesus. Maria, fecundada pelo Espírito com o sopro das palavras anunciadas, e a Igreja fecundada pelo mesmo Espírito com o sopro de línguas de fogo, sementes do Verbo em expansão. Viver no Espírito de Jesus é saber que Nele não existem sombras – a aridez, a esclerose, a rotina, a inércia – que nos espreitam. O Espírito de Jesus é Luz que ilumina a todos ainda que possamos conhecer as sombras impostas pelos limites dos homens e de suas instituições de poder. O Espírito de Jesus não admite nenhuma resignação porque traz sempre uma promessa de renovação: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21, 5). A comunidade não se constrói unicamente pelo caminho institucional, mas, sobretudo, pela infinita variedade de dons que o Espírito distribui para a construção do Bem Comum, pois “todos nós bebemos de um único Espírito”. Meditemos as palavras do filósofo ecumênico russo Nicolas Berdyaev: “A maior verdade moral e religiosa para a qual o homem deve se direcionar é a de que não podemos ser salvos individualmente. Minha salvação pressupõe a salvação dos outros também, a salvação do meu próximo, ela pressupõe a salvação universal, a salvação do mundo inteiro, a transfiguração do mundo”.


CONTEMPLAR

(...) Todos ficaram então plenos do Espírito Santo (Atos dos Apóstolos, 2), Salvador Dalí, 1967, aquarela e técnica mista, 35 x 48 cm, Coleção Bíblia Sacra, Canto V/102, Milão, Itália.

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