sábado, 22 de dezembro de 2012

O Caminho da Beleza 05 - Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo


O Caminho da Beleza 05
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo                       25.12.2012
Is 52, 7-10               Hb 1, 1-6                  Jo 1, 1-18

ESCUTAR

“Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: ‘Reina teu Deus!’” (Is 52, 7).

“Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo. Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser” ( Hb 1, 1-3).

“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).


MEDITAR

“Natal, não é somente uma alegria que nasce da terra. É a revelação da bondade infinita de Deus, o sinal de um destino misterioso que toca o mundo e os homens. É um pensamento do amor infinito que abre o céu fechado do mistério impenetrável da vida íntima do Deus desconhecido e o comunicou a terra” (Paulo VI).

“O Cristo nos faz uma única exigência: nunca limitar nada!” (Maurice Zundel).


ORAR


Neste dia de Natal, comemoramos e damos graças porque Deus pronunciou a sua última palavra e este Menino na manjedoura é “a expressão do seu ser (...) o que faz dos ventos os seus anjos e das chamas de fogo os seus ministros” (Hb 1, 3.7). O Cristo nasceu para todos e o Natal é o dia em que o mistério sagrado se tornou santo e especial. Não é somente um dia a mais na fastidiosa ronda dos dias. Hoje, “a eternidade entra no tempo e o tempo, santificado, entra na eternidade” (Thomas Merton). Natal se tornou uma palavra mágica e todos são atingidos por ela: os bons cristãos e os de Boa Vontade procuram nela o seu gosto especial. É uma festa que a todos pertence, cristãos ou não. É a festa em que nos permitimos uma trégua, sobretudo no ciclo vicioso das nossas amarguras, dos nossos rancores, dos nossos maus silêncios e até dos nossos ódios. Muitas vezes, pode ser o momento de graça e de paz em que muitas pessoas se reconciliam. Anunciamos a Boa Nova de que o Deus que estava distante se tornou próximo neste recém-nascido, filho de Maria e de José. E nesta realidade tocamos o coração do cristianismo. Podemos ser vagamente deístas, mas só começamos a ser cristãos quando reconhecemos neste menino nascido de uma mulher, o próprio Filho de Deus. Este mistério da Encarnação nos ultrapassa completamente e só podemos acolhê-lo na pura fé. É muito belo para ser verdade porque, diante do Deus-Menino da manjedoura, é preciso que reencontremos a ingenuidade e a maravilha desta Criança. O Natal é uma Boa Nova porque não estamos mais sós, não estamos mais condenados a um destino cego subordinado a uma eterna repetição da usura, do aleatório e da morte. A novidade da mensagem de Jesus não é a de ter anunciado a ressurreição dos mortos: os judeus já acreditavam nela; nem ter prometido a vinda do Filho do Homem no último dia: os judeus já esperavam esta vinda. A novidade da mensagem de Jesus é ter manifestado para toda a humanidade o nascimento de um novo Deus. Não mais um Deus distante, mas próximo; não um deus do cosmos, mas um Deus dos vivos e dos mortos; não um Deus justiceiro e violento, mas um Deus do amor e da paz que toma o partido dos pobres, dos excluídos, dos marginalizados e dos pecadores. A mensagem de Natal é a mensagem de Paz para todos os homens e, por isso, devemos ser mensageiros da Paz para nossos irmãos e irmãs de todos os cantos da Terra e de todas as religiões. E o Reino de Deus que vem a cada novo Natal, é um Reino que acontece e se realiza cada vez que o amor triunfa sobre o ódio; cada vez que a reconciliação coloca um fim na engrenagem da violência e da banalização da vida e, sobretudo, cada vez que o desejo da paz é mais forte que a fatalidade da guerra. Neste Natal, Emmanuel volta a caminhar, para sempre, até nós como faz há 2013 anos. Nada, até fim do mundo, O impedirá de vir e permanecer junto de nós. Meditemos as palavras de Johannes Tauler, místico do século XIV: “É no meio do silêncio, no momento em que todas as coisas estão mergulhadas no maior silêncio, em que reina o verdadeiro silêncio, é então que se ouve em verdade essa Palavra, pois se queremos que Deus nos fale é preciso que nos calemos. Para que Ele entre, todas as coisas devem sair”. Amém!

CONTEMPLAR


Adoramos-te (detalhe), Jean-Marie Pirot (Arcabas), 1985, Église de Saint-Hugues-de-Chartreuse, Isère, França.


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