O Caminho da Beleza 05
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo 25.12.2012
Is 52, 7-10 Hb 1, 1-6 Jo 1, 1-18
ESCUTAR
“Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e
prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: ‘Reina teu
Deus!’” (Is 52, 7).
“Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais,
pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do
Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele
criou o universo. Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser”
( Hb 1, 1-3).
“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).
MEDITAR
“Natal, não é somente uma alegria que nasce da terra. É a revelação da
bondade infinita de Deus, o sinal de um destino misterioso que toca o mundo e
os homens. É um pensamento do amor infinito que abre o céu fechado do mistério
impenetrável da vida íntima do Deus desconhecido e o comunicou a terra” (Paulo
VI).
“O Cristo nos faz uma única exigência: nunca limitar nada!” (Maurice
Zundel).
ORAR
Neste dia de Natal, comemoramos e damos graças
porque Deus pronunciou a sua última palavra e este Menino na manjedoura é “a
expressão do seu ser (...) o que faz dos ventos os seus anjos e das chamas de
fogo os seus ministros” (Hb 1, 3.7). O Cristo nasceu para todos e o Natal é o
dia em que o mistério sagrado se tornou santo e especial. Não é somente um dia
a mais na fastidiosa ronda dos dias. Hoje, “a eternidade entra no tempo e o
tempo, santificado, entra na eternidade” (Thomas Merton). Natal se tornou uma
palavra mágica e todos são atingidos por ela: os bons cristãos e os de Boa
Vontade procuram nela o seu gosto especial. É uma festa que a todos pertence,
cristãos ou não. É a festa em que nos permitimos uma trégua, sobretudo no ciclo
vicioso das nossas amarguras, dos nossos rancores, dos nossos maus silêncios e
até dos nossos ódios. Muitas vezes, pode ser o momento de graça e de paz em que
muitas pessoas se reconciliam. Anunciamos a Boa Nova de que o Deus que estava
distante se tornou próximo neste recém-nascido, filho de Maria e de José. E
nesta realidade tocamos o coração do cristianismo. Podemos ser vagamente
deístas, mas só começamos a ser cristãos quando reconhecemos neste menino
nascido de uma mulher, o próprio Filho de Deus. Este mistério da Encarnação nos
ultrapassa completamente e só podemos acolhê-lo na pura fé. É muito belo para
ser verdade porque, diante do Deus-Menino da manjedoura, é preciso que
reencontremos a ingenuidade e a maravilha desta Criança. O Natal é uma Boa Nova
porque não estamos mais sós, não estamos mais condenados a um destino cego
subordinado a uma eterna repetição da usura, do aleatório e da morte. A
novidade da mensagem de Jesus não é a de ter anunciado a ressurreição dos
mortos: os judeus já acreditavam nela; nem ter prometido a vinda do Filho do
Homem no último dia: os judeus já esperavam esta vinda. A novidade da mensagem
de Jesus é ter manifestado para toda a humanidade o nascimento de um novo Deus.
Não mais um Deus distante, mas próximo; não um deus do cosmos, mas um Deus dos
vivos e dos mortos; não um Deus justiceiro e violento, mas um Deus do amor e da
paz que toma o partido dos pobres, dos excluídos, dos marginalizados e dos
pecadores. A mensagem de Natal é a mensagem de Paz para todos os homens e, por
isso, devemos ser mensageiros da Paz para nossos irmãos e irmãs de todos os
cantos da Terra e de todas as religiões. E o Reino de Deus que vem a cada novo Natal,
é um Reino que acontece e se realiza cada vez que o amor triunfa sobre o ódio;
cada vez que a reconciliação coloca um fim na engrenagem da violência e da
banalização da vida e, sobretudo, cada vez que o desejo da paz é mais forte que
a fatalidade da guerra. Neste Natal, Emmanuel volta a caminhar, para sempre,
até nós como faz há 2013 anos. Nada, até fim do mundo, O impedirá de vir e
permanecer junto de nós. Meditemos as palavras de Johannes Tauler, místico do
século XIV: “É no meio do silêncio, no momento em que todas as coisas estão
mergulhadas no maior silêncio, em que reina o verdadeiro silêncio, é então que
se ouve em verdade essa Palavra, pois se queremos que Deus nos fale é preciso
que nos calemos. Para que Ele entre, todas as coisas devem sair”. Amém!
CONTEMPLAR
Adoramos-te (detalhe),
Jean-Marie Pirot (Arcabas), 1985, Église de Saint-Hugues-de-Chartreuse, Isère, França.
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