segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Caminho da Beleza 53 - Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo


O Caminho da Beleza 53
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo                  25.11.2012
Dn 7, 13-14             Ap 1, 5-8                  Jo 18, 33b-37

ESCUTAR

“Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7, 14).


“Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra” (Ap 1, 5).

“Jesus respondeu: ‘Mas o meu reino não é daqui’” (Jo 18, 36).

MEDITAR


“Os membros da Igreja não devem sentir ciúmes, mas se alegrar se alguém externo à comunidade faz o bem em nome de Cristo, contanto que o faça com reta intenção e com respeito. Mesmo dentro da própria Igreja pode acontecer, às vezes, que se custe a valorizar e a apreciar, em um espírito de profunda comunhão, as coisas boas realizadas pelas várias realidades eclesiais. Em vez disso, todos devemos ser capazes de nos apreciar e estimar reciprocamente, louvando o Senhor pela infinita ‘fantasia’ com a qual ele age na Igreja e no mundo”(Bento XVI, Angelus 30.09.2012).

“Somos tentados, a Igreja inteira é muitas vezes tentada a fazer de Jesus um rei deste mundo e de garantir o seu império como os daqueles reis deste mundo. Outras vezes, a Igreja é também tentada a fazer um deus ou um filho de Deus de um rei deste mundo ou de um imperador. Mas sempre este rei de zombaria desvela a sua mentira e Deus ri diante da vaidade desvelada” (Cardeal Lustiger).


ORAR

Tudo o que está abaixo das nuvens do céu, o mal, a desordem, a prepotência, as tiranias de todos os tipos, a violência, saem do fundo do abismo e ainda que sejam realidades dominantes e terríveis são provisórias. Elas serão definitivamente derrotadas por Aquele quem vem “entre as nuvens do céu”. Jesus, o Traspassado na Cruz, é a expressão suprema do amor que se dá e que, por sua vez, traspassa todo poder mundano para fazer vingar no mundo a força irresistível do amor. Tantas vezes nos colocamos à margem do Crucificado e O impedimos de traspassar o nosso orgulho, a nossa presunção, o desejo de supremacia, a imposição das ideias. Precisamos, definitivamente, aprender que o que é relevante nesta dimensão do poder civil e religioso não tem nenhuma consistência, nem valor algum na perspectiva do Reino de Deus. Tantas vezes queremos e produzimos reis para depositarmos nossas esperanças. Em nome deles, os homens batalham entre si, condenam para assegurar a justiça; assassinam para proclamar o direito; denunciam para acreditar que dizem a verdade; roubam para garantir a equidade; mentem para não serem punidos e as igrejas abençoam os seus canhões para que se matem, uns aos outros, a fim de conquistar a paz. E quando morre o rei, isso não vale nada, pois “um rei morto não vale um cão vivo” (provérbio ancestral). Olhar na direção do Traspassado (Jo 19, 37) significa querer seguir tão somente a lógica do amor e descobrir que tudo o que está em oposição a esta lógica nos coloca ao lado dos que traspassam. Não podemos querer construir o Reino de Deus calcando-o sobre os modelos, os estilos e os programas dos reinos da terra. Não podemos sacralizar nenhum deles que existiu, existe e ainda vai existir para encobrir o Mistério do Amor, o único reino verdadeiro. Jesus se apresenta como semador, pastor e pescador. Semeia sementes de várias espécies, pastoreia todos os tipos de ovelhas e manda lançar a rede para alcançar uma variedade de peixes. O Reino de Deus acolhe a diversidade e a pluralidade dos que amam e dão testemunho da verdade deste amor. Jesus nos entrega o élan vital de um amor como convicção, que chamamos fé; de um amor como ação transformadora que nomeamos esperança. Basta de utilizarmos a Cruz do Cristo, símbolo inequívoco da recusa à violência, para impor à força os direitos de uma Cristandade como se, com isto, conquistássemos espaços para o Reino. Jesus é enfático diante do poder romano: “Mas, o meu reino não é daqui” e nesta conjunção adversativa, desta minúscula partícula mas nos faz compreender o Seu Reino. Este mas é a pedra áspera com que devemos bater no peito até que nossa boca possa dizer, com convicção, diante do Traspassado: “Sim, amém!”.


CONTEMPLAR

Cristo destacado da cruz, século XII, madeira com traços policromados, 155 x 168 x 30 cm, Museu do Louvre, Paris, França.

Nenhum comentário:

Postar um comentário