O Caminho da Beleza 09
Leituras para a travessia da vida
“A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
III Domingo do Tempo Comum 22.o1.2012
Jn 3,1-5.10 1 Cor 7, 29-31 Mc 1, 14-20
ESCUTAR
“Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez” (Jn 3, 10).
“Eu digo, irmãos: o tempo está abreviado” (1 Cor 7, 29-31).
“O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia” (Mc 1, 14-20).
MEDITAR
“Somos chamados a encontrar Deus no mundo, nas coisas, nos outros, na história. Contudo isto não será possível se não partimos da situação imediata que é a nossa” (Cardeal Martini).
“A Igreja não vive de si mesma, mas do Evangelho, dele extraindo continuamente a orientação para o seu caminho. Cada cristão deve anotar e aplicar a si mesmo este princípio: só aquele que se dedica antes de mais nada à escuta da Palavra pode vir a anunciá-la. Com efeito, ninguém deve ensinar a sua própria sabedoria, mas a sabedoria de Deus que, muitas vezes se apresenta ao olhos do mundo inteiro como loucura” (Bento XVI).
ORAR
As três afirmações das leituras deste domingo são uma sucessão inquietante de advertências: “Ainda quarenta dias”; “O tempo está abreviado”; “O tempo já se cumpriu”. Como cristãos devemos acreditar que o desenlace não é um hecatombe, mas uma transformação. Jesus num breve pronunciamento reitera que se cumpriu o prazo, o Reino de Deus está próximo e que é necessário converter-se e crer na Boa Nova. As duas primeiras afirmações constituem uma revelação a partir de Deus e a última implica uma decisão por parte do homem. Uma decisão expressa por duas exigências: conversão e fé. Os habitantes de Nínive nem esperaram o vencimento fatídico dos quarenta dias, pois tanto a fé como a conversão não obedecem a um horário pré-estabelecido, pois são uma resposta imediata. A palavra de Deus não se desmente a si mesma. A antiga Nínive foi destruída pela conversão e fé dos seus habitantes e uma nova Nínive se deslumbrava. Sucedeu o imprevisível: a força da palavra de Deus proclamada por um só homem, Jonas, que além de duvidar do milagre não fez o menor esforço para crer que para Deus nada era impossível. Os habitantes de Nínive vestiram-se de sacos e Deus depôs a vestimenta da cólera para revestir-se do manto da misericórdia. O profeta Jonas, medíocre e mesquinho, como tantos de nós, cumpriu mecanicamente a sua tarefa sem se deixar enternecer e dilatar o seu coração. Jonas apenas sentenciou como tantos padres e médicos: “Aqui só um milagre!”. E dizem isto porque não acreditam que tudo é possível. Melhor seria que tivéssemos suficiente fé nem tanto para fazer o milagre, mas para ao menos crer nele como possível. Jonas, que foi enviado para abrir os olhos dos ninivitas, permaneceu com a trava nos seus. O tempo breve é um convite para voltarmos os corações para o eterno com um profundo desprendimento interior: os que têm, os que choram e os que estão alegres vivam como se não tivessem, não chorassem e nem fossem alegres. Estamos no limiar do mundo novo anunciado pelo profeta: “Eis que vou criar um novo céu e uma nova terra” (Is 65, 17) e por isso somos convidados a levantar os olhos para além do nosso limite cotidiano e olhar para o horizonte de Deus neste mundo novo em via de nascer. Devemos ter um único horizonte, o do Reino: “Portanto, quer comais ou bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10, 31).
CONTEMPLAR
Chamando discípulos, He Qi, 1999, Roseville, Minnesota, Estados-Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário