segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O Caminho da Beleza 08 - II Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 08
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).



II Domingo do Tempo Comum                     15.01.2012
1 Sm 3, 3b-10.19               1 Cor 6, 13-15.17-20                    Jo 1, 35-42



ESCUTAR

“Fala, que teu servo escuta!” (1 Sm 3, 10).

“Ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que mora em vós e que vos é dado por Deus?” (1 Cor, 19).

“Então André conduziu Simão a Jesus” (Jo 1, 42).


MEDITAR

“O Cristo nos faz uma única exigência: jamais limitar nada” (Maurice Zundel).

“Não é possível atingir as verdades do espírito, aquelas que dizem respeito ao bem e ao mal, às grandes metas e perspectivas de vida, à relação com Deus, sem que daí advenham reflexos profundos para a condução da própria vida” (Bento XVI).


ORAR

A primeira leitura nos faz saber que O Senhor não tem uma voz reconhecível tanto que Samuel a confunde com a do sacerdote Eli. O Senhor não fala a língua dos textos sagrados e nem se obriga a seguir as rubricas de um missal. O teólogo protestante Dietrich Bonhoeffer diz que Ele fala sempre o dialeto do povo. Deus permanece sempre o inesperado. A sua voz é, habitualmente, discreta e contida: “O menino Samuel oficiava com Eli diante do Senhor. A palavra do Senhor naquele tempo era rara e as visões não eram abundantes” (1 Sm 3, 1). O Evangelho revela que Jesus prefere estar fora do cenário religioso e passar por uma vereda qualquer: “João estava com dois de seus discípulos. Vendo Jesus passar, diz: - Aí está o cordeiro de Deus”. Devemos sair do útero protetor da passividade, do costume, dos condicionamentos sociais e religiosos para afrontar o risco de uma fé consciente e de um consentimento livre à iniciativa divina. Devemos ser capazes de uma experiência vital, sem medo algum de nos entregarmos, pois não nos entregamos a uma ideia ou a um código moral, mas a Alguém: “nesse dia, permaneceram com Ele”. Jesus, a cada pergunta nossa, não responderá jamais com programas, planos pastorais, esquemas detalhados e nem normas pré-estabelecidas. Jesus nos responde sempre com dois verbos: “Vinde ver!”: um convite e uma promessa. Jesus não aprisiona as pessoas, mas as desaloja e as coloca a caminho, pois “ficar com Ele” significa fazer-se itinerante por Ele, com Ele e Nele. A nossa fé cristã não se transmite como um depósito de conceitos, mas por meio de uma palavra viva que acende no outro um desejo ou uma nostalgia. As palavras do anúncio não são as aprendidas nos textos, mas as que brotam de uma experiência perturbadora: “Encontramos o Messias (que quer dizer: Cristo)”. O encontro com o Cristo não é o de uma doutrina, nem de uma lista de coisas que temos de acreditar, mas uma descoberta que transforma as nossas vidas, liberta as nossas mentes, ilumina nossos espíritos, conduz as nossas ações e nos devolve a coragem de ser e existir apesar de tudo e de todos. Não nos iludamos, somente quem O acompanha, verá. O poema de A. Camus nos aponta para o verdadeiro encontro com o Cristo: “Não caminhe diante de mim, que não poderei te seguir. Não caminhe detrás de mim, que não poderei te conduzir. Caminhe exatamente junto a mim para, simplesmente, ser meu amigo”. O Evangelho acentua que, paradoxalmente, Simão não é chamado por Jesus, mas conduzido a ele pelo seu irmão André. É o amor fraterno que nos conduz ao Cristo, pois “aquele que não ama não conhece a Deus” (1 Jo 4, 8). E Simão é também chamado para ser-para-os-outros. Paulo reafirma que aquele que escutou a chamada do Senhor “não se pertence mais”, pois se torna com Ele um só Espírito. Desde então, só nos cabe viver por amor, com amor e no amor a qualquer preço.


CONTEMPLAR

Cabeça de Cristo, Rembrandt Harmenszoon van Rijn, c. 1655, óleo sobre painel de carvalho, 25 x 21.7 cm, Gemäldegalarie, Staatliche Museen zu Berlin, Berlim, Alemanha.






Um comentário:

  1. Irmãos. Estou tentando falar com vocês, mas não consigo.
    Por favor, poderiam enviar novamente os fones de contatos para: davigbufalo@terra.com.br?
    Beijos e sopros

    Davi Búfalo
    Itatiba

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