segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Caminho da Beleza 45 - XXVI Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 45
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).



XXVI Domingo do Tempo Comum                         25.09.2011
Ez 18, 25-28                      Fl 2, 1-11                  Mt 21, 28-32



ESCUTAR

“Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida” (Ez 18, 27).

“Nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um julgue que o outro é mais importante e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro” (Fl 2, 1-11).

“‘Qual dos dois fez a vontade do pai? (...) Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no reino de Deus’” (Mt 21, 31).


MEDITAR

“A liturgia não foi reformada para aumentar o número de pessoas que vão à missa, mas para pô-las diante do gládio cortante da Palavra de Deus” (Bento XVI).

“Os cristãos possuem uma mensagem de libertação, porém, na história concreta dos homens, com muita frequência, foram outros que levaram aos homens uma libertação” (Georges Bernanos).


ORAR

O profeta Ezequiel evidencia o sentido da responsabilidade individual e se somos o que somos devemos tão somente a nós mesmos. Sempre podemos mudar a orientação de nossas vidas, corrigir rumos, arriscar novas fronteiras e abrigar outros horizontes. No entanto, a realidade tem mostrado indivíduos que não se arrependem de nada e continuam a caminhar sem nunca se perguntar sobre as razões e os significados de suas vidas.
O Evangelho nos mostra dois filhos “arrependidos”. O primeiro se arrepende da negativa (“mas depois mudou de opinião e foi”) e o segundo se arrepende de ter dito Sim (“mas não foi”). O Senhor não espera que falemos um Sim de imediato. O Senhor está sempre à espera de que não tenhamos preguiça de trabalhar, pois a vinha não se cultiva à força de um Sim ao Senhor.
A parábola nos convida a refletir sobre o verdadeiro sentido da obediência e o Senhor nos apela a manter a vigilância e a disponibilidade diante da Vida, numa fidelidade real que procede do amor, porque a única maneira de conhecer o desígnio de Deus é amando como Ele nos amou, sem discriminação. Não podemos reduzir o seguimento a Jesus a um espetáculo de bom mocismo, como o segundo filho e, muito menos, transformar a Igreja de Cristo num clube de pessoas de fino trato, insípidas e inodoras. Jesus ensina a sermos ousados e verdadeiros sem medo de dar nome às coisas que impedem a irrupção do Reino.
Paulo está desolado pois o que se passa na sociedade, em que cada um busca o próprio interesse e êxito, pisando uns aos outros, se reproduz na igreja de Filipos. Ele espera que haja na Igreja ao menos um pouco de concórdia, de decência, mas “um pouco” que seja verdadeiro.
Muitas vezes, basta ser um pouco cristão para distinguir a Igreja dos outros grupos humanos. Desconfiemos das mil palavras, das centenas de documentos e declarações solenes porque elas não fazem um Sim, até porque o sim não é uma palavra ou um escrito.
Jesus reafirma a tradição rabínica que reza: “Os justos dizem pouco e fazem muito; os ímpios dizem muito e nada fazem”. Os escribas falam sempre da Lei e o nome de Deus está sempre em seus lábios. Os sacerdotes do Templo louvam a Deus sem descanso e suas bocas estão cheias de salmos. Ninguém duvidaria de que estão cumprindo a vontade do Pai, mas as coisas não são sempre como parecem.
Os cobradores de impostos e as prostitutas não falam para ninguém de Deus e são pecadores desprezados por todos e, talvez, porque estejam juntos aos desprezados e humilhados, por terem compaixão dos perdidos, estão mais perto do que exatamente deseja o Pai.
Não devemos nos iludir. O Senhor não se deixa enganar pelo nosso Sim e sempre vai dar uma olhada na vinha para ver o que fizemos de bom, amoroso, justo e verdadeiro.


CONTEMPLAR

Narciso alla fonte, Michelangelo Merisi da Caravaggio, 1597-1599 c., óleo sobre tela, 113 x 95 cm, Galleria Nazionale d'Arte Antica, Palazzo Barberini, Roma, Itália.


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