terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Caminho da Beleza 44 - XXV Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 44
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).



XXV Domingo do Tempo Comum               18.09.2011
Is 55, 6-9                 Fl 1, 20-24.27                    Mt 20, 1-16


ESCUTAR

“Meus pensamentos não são como os vossos mandamentos, e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55, 8).

“Pois, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1, 21).

“Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom? Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos” (Mt 20, 15-16).


MEDITAR

“Quando se tratar de receber a recompensa, seremos todos iguais: os primeiros, como se fossem os últimos e os últimos como se fossem os primeiros. Porque a moeda de prata é a vida eterna, todos fruirão da mesma vida eterna. Contudo, em razão da diversidade dos méritos um resplandecerá mais e outro menos, mas quanto à vida eterna, ela será a mesma para todos. Ela não será mais longa para um e nem menos longa para outro, pois ela será eterna para todos: o que não tem fim para mim, não terá também para ti” (Santo Agostinho, Homilia 87).

“Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca” (Clarice Lispector).


ORAR

            Na tradição bíblica, a vinha é a imagem do povo que o Senhor escolheu e com o qual fez uma aliança. Na parábola de Jesus, a vinha torna-se a imagem de um novo Reino, reino sempre a construir e para o qual o Senhor tem necessidade de trabalhadores. Trabalhadores da primeira e da última hora receberão a mesma recompensa, pois o Senhor não faz diferença e acepção de pessoas.
            Jesus afirma que o amor do Pai e a sua misericórdia para com os pecadores não estão submetidos a condições ou cálculos. O salmista convida a cantar: “Misericórdia e piedade é o Senhor, Ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura” (Sl 144).
Quando quisermos pensar em Deus, primeiro devemos renunciar aos nossos pensamentos sobre Ele, pois ao nos convertemos não O encontramos automaticamente. Quando encontro Deus de verdade, só posso encontrá-Lo “escondido”. Ele permanecerá desta forma, sobretudo depois de que Se tenha deixado encontrar. Quanto mais Deus se revela, tanto mais Se faz “misterioso”.
A deformação da imagem de Deus é o perigo que correm as pessoas religiosas que falam tanto que O conhecem que chegam ao ponto de não reconhecê-Lo em seus irmãos e irmãs. Não temos nenhum problema em aceitar os dogmas mais indecifráveis, mas a generosidade de Deus para com todos, muitas vezes, cria problemas e obstáculos para a nossa fé e é um perigo para a nossa moral. A misericórdia do amor de Deus para com aqueles que, aos olhos do nosso “eu”, não são merecedores dela, causa-nos repugnância.
A parábola não se refere aos pecadores, mas aos que se pensam como “bons” e “justos”, questionando-os sobre suas reações ante os comportamentos surpreendentes e até escandalosos de Deus.
Esta parábola é a do patrão que queria trabalho e pão para todos. Sua conduta é estranha: o que o preocupa é que existam pessoas sem trabalho e, por esta razão, sai até a última hora para oferecê-lo àqueles que ninguém havia chamado. E lhes paga igualmente para que tenham como comprar a sua ceia.
A parábola nos ensina que a inveja é mais poderosa que o ódio e na sociedade de consumo em que vivemos a avareza alimenta a competição e o ressentimento, pois a sua força motriz é o estímulo da inveja que excita a ambição e o orgulho. Como afirma João Crisóstomo: “A inveja é sempre o carrasco do seu autor, uma vez que ela possibilita o sofrimento, atormenta o espírito, crucifica a alma e corrompe o coração”. Finalmente, devemos saber que o que é lucro para os homens, é perda para Deus e que “coração terno é vida para o corpo, mas a inveja é câncer nos ossos” (Pv 14, 30).


CONTEMPLAR

A Parábola dos trabalhadores da vinha, Cláudio Pastro, in: Parábolas, São Paulo, Paulinas, Brasil, 2002.






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