segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Caminho da Beleza 36 - XVII Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 36
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).


XVII Domingo do Tempo Comum              24.07.2011
1 Rs 3, 5.7-12                     Rm 8, 28-30                      Mt 13, 44-52


ESCUTAR

“Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal” (1 Rs 3, 9).

“Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o desígnio de Deus” (Rm 8, 28).

“O Reino de Deus é como um tesouro escondido... uma pérola de grande valor... uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo” (Mt 13, 44.45.47).


MEDITAR

“Na sua natureza, a fé é a acolhida de uma verdade que nossa inteligência não pode atingir; ela repousa de maneira simples e indispensável sobre o testemunho” (John Henry Newman, cardeal).

 “Quem rompe a amizade com Jesus, quem se recusa a carregar o seu ‘jugo suave’, não chega à liberdade, não se torna livre, pelo contrário torna-se escravo de outras potências” (Papa Bento XVI, Jesus de Nazaré, vol 2).


ORAR

            O Senhor, na sua delicadeza, aparece em sonhos a Salomão porque nos sonhos este poderia pedir, sem enrubescer, riquezas imensas, êxitos, glórias, honras, uma vida longa e, sobretudo, o extermínio dos inimigos. Salomão não pensa que basta estar refastelado no trono para fazer justiça em qualquer circunstância, nem que o poder de rei lhe confere, automaticamente, a capacidade de distinguir entre o bem e o mal. Salomão, na sua sabedoria, pede ao Senhor um coração dócil e não súditos dóceis e submissos.
            O evangelho pede para sermos servos e discípulos antes de sermos letrados: “Todo mestre da lei que se torna discípulo do reino dos céus é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. O cristão é o homem da alegria por descobrir o fluxo da vida que é sempre marcado pelos encontros sem anonimatos.
            Os que seguem a Cristo e que tudo abandonam não podem fazer os outros pagarem o preço do que, livremente, decidiram. Deus nos livre dos desafortunados, dos frustrados, dos insatisfeitos, dos que se deleitam em fazer o maior mal possível aos seus próximos ou à sua comunidade por viverem amargos e enfurecidos nos seus secretos pesares das coisas que não abandonaram de verdade e que os tornariam capazes de um amor que liberta. Jesus fala que devemos esvaziar o cofre das nossas riquezas, mas nunca deixar secar o coração.
            Paulo nos relembra que a pedra mais dura da existência, quando suavemente roçada com a pedra do amor de Deus, produz uma fagulha que acende o fogo que ilumina e acalenta a nossa vida e a de todos que nos circundam, pois “tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus”.
            O mais triste é encontrarmos tantos cristãos e cristãs cujas vidas não estão marcadas pela alegria, pelo encantamento e pela surpresa de Deus. São vidas que nunca tiveram estas marcas em seus corpos e seus corações. São vidas encerradas em sua religiosidade individual; são vidas que jamais encontraram, por terem passado ao largo, nenhum tesouro que lhes valeria mais do que a própria vida.
            Para os que seguem a Jesus, cuidar da vida interior, como um grande tesouro que os conduz à vida fraterna e comunitária, não é uma coisa a mais no seu cotidiano. É o imprescindível para que possam viver abertos e disponíveis às surpresas de Deus.
            Ainda é tempo de compreender o diálogo entre o papa e o santo: “Um dia, o papa Inocêncio IV, estava a contar peças de ouro e disse a São Tomás de Aquino: ‘Veja, Tomás, a Igreja não está mais obrigada a dizer, como no seu nascimento: ‘Eu não tenho ouro e nem prata!’ São Tomás , com modéstia, respondeu: ‘Santo Padre, eu reconheço esta riqueza, mas também a Igreja não pode mais dizer hoje, como antes, ao aleijado: ‘Levanta-te e anda!’” (Cornelius Lapide, Commentaires sur l’Ecriture Sainte, J.C.C. Ed., 1856, pp. 158-9).


CONTEMPLAR

Descobrindo a Pérola de Grande Valor, Daniel Bonnell, s.d., óleo sobre tela, 24” x 48”, Coleção Particular, Estados-Unidos.


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