A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).
VI Domingo da Páscoa
At 10, 25-26.34-35.44-48 1 Jo 4, 7-10 Jo 15, 9-17
ESCUTAR
“Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10, 34).
Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus (1 Jo 4, 7).
“Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos” (Jo 15, 13).
MEDITAR
Confesso que acho natural entregar-me por inteiro ao afeto de meus amigos, especialmente quando estou cansado dos escândalos do mundo. Neles me repouso sem preocupação alguma. Pois sinto que Deus está lá, que é n'Ele que me lanço com toda a segurança e em toda segurança me repouso... Quando sinto que um homem, abrasado de amor cristão, tornou-se meu amigo fiel, o que lhe confio de meus projetos e de meus pensamentos não é a um homem que confio, mas Àquele em quem ele permanece e pelo qual é o que é.
(Santo Agostinho)
Obrigado, irmão, pelo sol que me deste, na aparência roubando-o.
(Carlos Drummond de Andrade)
ORAR
O Senhor sempre chega primeiro e nos elege no amor. O Senhor nos precede no amor e, na sua irreverência, nos faz sempre chegar atrasados aos encontros marcados com Ele. Sempre estamos defasados em relação às iniciativas divinas. O Senhor está sempre adiante de nós e fora do raio dos nossos controles. São os nossos preconceitos e imobilismos que impedem de seguirmos as veredas do Espírito. Nossas parcas aberturassão janelas minúsculas para que, sem perigo de vertigem, possamos entrever o campo infinito em que o amor de Deus age e nos conduz. O amor de Cristo é gratuito, criativo e vai até o dom total da vida. É um amor universal e não podemos restringir as dimensões do dom que se oferece a todos. No amor do Cristo não existe nenhuma mentalidade elitista, nenhuma postura sectária. O Evangelho exige que tomemos a iniciativa de sentar à mesa dos diferentes de nós para que aprendamos as suas maneiras de amar, louvar e servir ao Senhor. Pedro afirma ser apenas um homem como Cornélio e recusa uma posição clerical de privilégio: conta apenas com a Palavra que lhe foi confiada. Não podemos substituir Deus e, muito menos, temos o direito de, em seu Nome, dominar as consciências e pisotear a liberdade dos nossos irmãos e irmãs. Não somos déspotas, mas servos de todos e como todos necessitados do amor compassivo de Deus.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Carisma, s. d., Yvonne Bell, pintura sobre seda, Northamptonshire, Reino Unido.