Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como
mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).
São Pedro e São Paulo
At 12, 1-11 2
Tm 4, 6-8.17-18 Mt 16, 13-19
ESCUTAR
Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava
continuamente a Deus por ele (At 12, 5).
Caríssimo, quanto a mim, eu já estou para ser
derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida (2 Tm 4, 6).
“Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um
ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16, 17).
MEDITAR
Se você ama será crucificado; se não ama, você já está
morto (Timothy Radcliffe).
ORAR
Comemoramos neste domingo a festa do
Papa e devemos nos concentrar em torno de Pedro que foi escolhido por Jesus
para responder pelos Doze e administrar as responsabilidades da evangelização.
A Igreja valoriza a diversidade das culturas para que nenhuma obsessão de
unanimidade a transforme numa promotora de exclusão. Ao ordenar aos seus
discípulos – “não leveis ouro, nem prata, nem dinheiro à cintura, nem sacola
para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias e nem bastão” (Mt 10, 9-10) –
Jesus não o faz para penalizá-los, mas para que peçam ajuda aos outros e
dependam da sua generosa hospitalidade. A Igreja de Jesus deve ser peregrina,
hospitaleira e em permanente êxodo, sobretudo deve ser a Igreja do Perdão. Como
afirmou Francisco: “A mãe Igreja não fecha as portas para ninguém, para ninguém!
Nem mesmo para o mais pecador, para ninguém! E faz isso pela força, pela graça
do Espírito Santo. A mãe Igreja abre, escancara suas portas para todos, porque
é mãe”. O Cristo perdoou o pecado da negação de Pedro e o pecado da
perseguição de Paulo. Santo Antonio de Pádua pregava: “Jesus pediu a Pedro que apascentasse
as suas ovelhas, não que as tosquiasse”.
Jesus também não pede aos seus discípulos uma obediência cega, mas os convida
sempre a refletir e a julgar: “Que vos parece?” (Mt 21, 28); “Por que não
julgais por vós mesmos o que é justo?” (Lc 12, 57); “Qual é a vossa opinião?”
(Mt 13, 51); “Compreendestes tudo isso?” (Mt 13, 51). Jesus conhece a limitação
do seu discipulado, mas o ama acima de tudo. Sabe que é próprio da fragilidade
humana vacilar e pecar por meio da covardia, omissão, conivência e traição,
diante do exigido pela Boa Nova: o de não se deixar dominar pela ganância do
dinheiro e do prestígio; pela ânsia do poder e do status social e clerical, mas o de se tornar livre para Deus que é
glorificado pelos que amam.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
O Apóstolo Pedro, 1610-12 (detalhe editado), Pieter Paul Rubens (1577-1640), Alemanha, óleo
sobre madeira, 107 cm x 82 cm, Museu do Prado, Espanha.
O Apóstolo Paulo, c. 1615 (detalhe editado), Pieter Paul Rubens (1577-1640), Alemanha, óleo sobre madeira, 105,6 cm x 74 cm,
State Hermitage, São Petersburgo, Rússia.