Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como
mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).
II Domingo do Tempo Comum
Is 49, 3.5-6 1
Cor 1, 1-3 Jo 1, 29-34
ESCUTAR
“Eu te farei luz das nações, para que minha salvação
chegue até os confins da terra” (Is 49, 6).
“Para vós graça e paz da parte de Deus, nosso Pai e do
Senhor Jesus Cristo” (1 Cor 1, 2).
“Eu vi o Espírito descer, como uma pomba, do céu e
permanecer sobre ele” (Jo 1, 32).
MEDITAR
“É fácil levar Jesus no peito; difícil é ter peito, coragem para seguir Jesus”.
(Dom Pedro Casaldáliga)
ORAR
Aceitar a
palavra de Deus significa romper a crosta dos nossos hábitos e costumes e ir
mais além do nosso horizonte doméstico. Somos fiéis à Palavra de Deus na medida
em que valorizamos o seu alcance profético e não a prendemos com grilhões e nem
a mumificamos com o bálsamo das nossas experiências passadas. Devemos nos
deixar provocar pelo que ainda não conhecemos e irmos até o limite do que nunca
terminaremos de explorar. O batismo de Jesus, por uma figura marginal em um
lugar marginal, cumpre toda a justiça ao revelar que o Senhor escolhera Jesus,
o Filho Amado, para realizar um reino justo e libertador, diante da oposição
dos que estão apenas preocupados em manter tudo como está. O evangelista
proclama: “Eu não o conhecia” e nos faz conhecê-Lo como Desconhecido. O Cristo
permanece desconhecido, pois revestido do Espírito de Liberdade, não se deixa
aprisionar pela miopia das igrejas e nem se reduzir a conceitos que servem mais
para dividir o Povo de Deus do que uni-lo num só corpo e num só Espírito. A
comunidade eclesial deve alimentar o gosto pelo desconhecido e por tudo que
ainda devemos e poderemos descobrir. É necessário nos converter do Jesus
conhecido das nossas devoções, das práticas costumeiras e consumido pelas
nossas estruturas, para um Cristo Desconhecido que somente se encontra quando rompemos
a prisão confortável das nossas certezas e falsas seguranças, das nossas
idolatrias fossilizadas que nos trazem a tranquilidade enganosa dos pântanos e
nos sepultam na paz dissimulada dos cemitérios. Meditemos as palavras do papa
Bento XVI: “Se, em definitivo, o meu bem estar, e a minha incolumidade é mais
importante do que a verdade e a justiça, então vigora o domínio do mais forte;
então reinam a violência e a mentira. Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer
por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma
pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade
e o seu abandono destruiria o mesmo homem” (Spe
Salvi, 39).
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Cordeiro de
Deus,
Cláudio Pastro (1948-), vitral na Capela do Mosteiro do Encontro, Irmãs
Beneditinas, Mandirituba, Paraná, Brasil.
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