A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de
dois gumes (Hb 4, 12).
III Domingo da Páscoa
At 5, 27-32.40-41 Ap 5, 11-14 Jo
21, 1-19
ESCUTAR
“Os apóstolos saíram do conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias por causa do nome de Jesus” (At 5, 41).
“O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor” (Ap 5, 12).
“Então Jesus disse: ‘Moços, tendes alguma coisa para comer?’” (Jo 21, 5).
MEDITAR
“O segredo para ser sempre jovem, e permanecê-lo ainda que os anos passem marcando o corpo, o segredo da eterna juventude da alma, é o de se ter uma causa a qual consagrar a sua vida” (D. Hélder Câmara).
ORAR
A paisagem familiar do lago de Tiberíades, a barca, os pescadores parecem repetir o cenário, três anos antes, da primeira chamada aos apóstolos. As ocupações mais ordinárias podem ser o veículo para a expansão da mensagem evangélica. O estar juntos dos discípulos nos aponta que a missão é sempre comunitária e não um gesto isolado e autônomo. A pergunta de Jesus pelos peixes pescados revela o trabalho estéril e os torna conscientes do fracasso. Ao lançarem as redes, a pedido de Jesus, lhes é revelado que a pesca abundante é fruto da generosidade divina. Pedro, ao responder sobre seu amor, toma consciência de que sua eleição deve conduzi-lo, sem concessões, a um maior amor, pois a qualidade do amor é proporcional à responsabilidade do serviço: “a quem mais se dá, mais se pede”. Pedro deve ser o ministro da paciência do Cristo e precisa de João, o discípulo amado, para ver com o coração que discerne a causa do Senhor, diferente da causa do mundo e do nosso egoísmo. Tantas vezes o amor maior e a doação plena não estão nos pastores, mas nos cristãos que no meio da vida enfrentam os desafios sem as comodidades alienantes face a dor do mundo. Nem a barca e nem a pesca são de Pedro, mas do Senhor que pode nos surpreender ao pedir que lancemos as redes “do outro lado”. Fora isso, basta-nos amar de um amor cada vez maior.
(Manos da Terna Solidão)
CONTEMPLAR
Uma estória do peixe, da série “Crescendo na Escuridão”, 2012-2015, Mário Macilau (1984-), Maputo, Moçambique.