A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de
dois gumes (Hb 4, 12).
II Domingo da Quaresma
Gn
15, 5-12.17-18 Fl 3, 17- 4,1 Lc 9, 28-36
ESCUTAR
“Olha para o céu e conta as estrelas se fores capaz!” E acrescentou: “Assim será a tua descendência” (Gn 15, 5).
Há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas (Fl 3, 18-19).
Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante (Lc 9, 29).
MEDITAR
Devemos saber enfrentar o medo. Se pararmos ou voltarmos atrás estamos perdidos. Devemos discernir o momento em que contamos somente com as nossas próprias forças. Se esquecermos a confiança em Jesus estamos perdidos, assim como, se esquecermos a misteriosa atração que nos conduz a escolher um engajamento, uma pessoa, uma amizade ou quem motivou uma promessa. A vida se joga na confiança e o medo e a confiança não caminham juntos.
(Cardeal Carlo Martini)
ORAR
A liturgia da Palavra nos faz uma tríplice revelação. A primeira, a de que Deus é um Deus fiel que mantém as suas promessas. A segunda, a da divindade de Jesus e do seu mistério Pascal: o Cristo transfigurado será, brevemente, um Cristo desfigurado. A terceira, a revelação do mistério do homem peregrino, cidadão do céu que vive na precariedade do corpo à espera da sua transfiguração num corpo glorioso. A dinâmica da vida cristã se apresenta numa dupla dimensão: provisoriedade e tensão até a morada definitiva. Abrão caminha às escuras e se contenta em olhar um céu estrelado. Para ele, a terra é somente uma promessa garantida pela Palavra de Deus. Desta futura realidade, Abrão não possui sequer uma pequena antecipação para sustentar a sua fé. Suas mãos seguem vazias como vazio está o ventre de Sara. A fé, quando autêntica, atravessa o áspero terreno da prova. O evangelho da Transfiguração revela que ninguém pode inventar para si mesmo um caminho privado que evite o caminho do Calvário. Jesus transfigurado será dentre em pouco o Cristo desfigurado da Paixão para ser, novamente, o Jesus transfigurado da Ressurreição. Uma Igreja que não aceita esta travessia – da transfiguração à desfiguração – para encontrar o Cristo Ressuscitado, será apenas uma Igreja deslumbrada com seu próprio estômago. Uma Igreja que fabrica e vende ilusões de que podemos participar do triunfo do Ressuscitado e que considera ultrapassada a realidade da Cruz. Uma Igreja centrada no legalismo como solução de facilidade e segurança mais do que nas ásperas exigências do Cristo de amar e de perdoar. Neste dia devemos perguntar no mais íntimo de nós: “Qual é o nosso Deus? A quem amamos e servimos?”, pois dependendo da resposta saberemos onde está o nosso tesouro, pois aí estará o nosso coração (Lc 12, 34).
(Manos da Terna Solidão)
CONTEMPLAR
Reflexões da Fé, 2014, Celso II Creer (1979-), Monochrome Photography Awards 2014, Abu Dhabi, Emirados Árabes.
Aumentar a minha fé. Dominar o medo. Aceitar a provação , contar com minhas forças. Confiar no Senhor.
ResponderExcluirA aguda reflexão ("Orar") é uma exortação ao desafio da nossa própria transfiguração, que só uma vida no Amor permite! Gracias, hermanos MTS!
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