quinta-feira, 18 de novembro de 2021

O Caminho da Beleza 53 - Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Os transbordamentos de amor acontecem sobretudo nas encruzilhadas da vida, em momentos de abertura, fragilidade e humildade, quando o oceano do amor de Deus arrebenta os diques da nossa autossuficiência e permite, assim, uma nova imaginação do possível (Papa Francisco).

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo                 21.11.2021

Dn 7, 13-14             Ap 1, 5-8                  Jo 18, 33-37

 

ESCUTAR

“Seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7, 14).

Olhai! Ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, também aqueles que o traspassaram (Ap 1, 7).

“Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37).

 

MEDITAR

Olhai-o!


Não olhai sua divindade,

mas olhai antes sua liberdade!


Não olhai as histórias exageradas de seu poder,

mas olhai antes sua capacidade infinita de se doar ao outro.

 

Não olhai a mitologia do primeiro século que o cercou,

mas olhai antes sua coragem de ser,

sua capacidade de viver e

a qualidade contagiosa de seu amor.

 

Parai vossa busca frenética!

Parai e conhecei que Deus é isto:

este amor,

esta liberdade,

esta vida,

este ser...

 

Beijai esse sopro do Cristo

e ousai ser

você mesmo!

 

Creio que é este o caminho para Deus, o Deus que encontrei

nesse Jesus tão profundamente humano.

Shalom!

 

(John Shelby Spong, 1931-2021, Estados Unidos)

 

 ORAR

          A vitória de Deus sobre o poder terreno, que se opõe ao seu plano de salvação na história, age na contraposição radical e absoluta do amor a toda forma de poder, porque não apenas Deus se concebe no diálogo com o mundo como deve ser definido como “amor”. E seu amor é fiel e, em Cristo, se cumpre num ato realizado na história, por isso de agora em diante o poder é considerado superado pelo ingresso do amor no mundo. Diante de Pilatos que representa o poder, Jesus dirá que a sua morte é testemunha dada à verdade. Donde verdade, segundo o significado hebraico, é também fidelidade e designa o verdadeiro amor em que consiste a verdade de Deus. A vitória sobre o poder é obtida superando-se a lógica negada pela raiz de sua “verdade”. Nesse sentido, pode-se agora falar, como faz o Apocalipse, dos reinos que servem e são submetidos, porque são submetidos por um “traspassado”. Cristo, pois, é rei na medida em que não é tudo isto que humanamente se designa com este termo: é rei enquanto contrapõe o amor ao poder. A doutrina do domínio de Jesus sobre todo o mundo é incompreensível se não é lida nesta dimensão teológica e escatológica. Um domínio que é doação plena e total, “obedecendo ao Pai até a morte de cruz" (Fl 2, 8). A Igreja deve viver nesta luz a sua participação na soberania do Cristo não “servindo-se” da humanidade, mas “servindo” a humanidade (Mc 10, 41-45: o “código da autoridade cristã”). Cabe à Igreja guardar aberta aquela ferida que o Cristo desfechou ao poder prevaricador e ao mal, ferida que é mortal. Hoje, portanto, é a celebração de uma nova ordem de relação entre Deus e o homem: um reino celeste e eterno, legado pela lógica do amor de Deus (Daniel), um reino de esperança e de salvação definitiva (Apocalipse), um reino de verdade e de justiça (João).

(Gianfranco Ravasi, 1942-, Itália)

 

CONTEMPLAR

Poder Popular, 2007, Edwin S. Loyola, Manila, Filipinas.




 

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