segunda-feira, 3 de maio de 2021

O Caminho da Beleza 25 - VI Domingo da Páscoa

Os transbordamentos de amor acontecem sobretudo nas encruzilhadas da vida, em momentos de abertura, fragilidade e humildade, quando o oceano do amor de Deus arrebenta os diques da nossa autossuficiência e permite, assim, uma nova imaginação do possível (Papa Francisco).

VI Domingo da Páscoa             09.05.2021

At 10, 25-26.34-35.44-48                     1 Jo 4, 7-10             Jo 15, 9-17

 

ESCUTAR

“Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10, 34-35).

Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus (1 Jo 4, 7).

“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor” (Jo 15, 9).

 

MEDITAR

Meu coração está aberto a todas as formas:

é uma pastagem para as gazelas,

e um claustro para os monges cristãos,

um templo para os ídolos,

A Caaba do peregrino,

As Tábuas da Torá,

e o livro do Corão.

Professo a religião do amor,

em qualquer direção que avancem Seus camelos;

a religião do Amor

será minha religião e minha fé.

(Ibn Arabi, 1165-1240, Espanha)

 

ORAR

    O amor que Deus infunde em nós é criativo, faz nascer outro amor. Nasce assim uma genealogia do amor testemunhada pela cadeia descrita no evangelho e pela carta de João lida hoje. Deus ama o Cristo, o Cristo ama seus fiéis e os fiéis se amam reciprocamente. Devemos deixar que o sêmen do amor divino germine em nossa existência. Escrevia em sua Idade da Vida Espiritual, o teólogo russo Evdokimov: “Não permita que teu Amor e a tua Palavra, ó Senhor, sejam na minha vida como um santuário, como uma grade que separa a casa da rua”. O amor de Deus se infunde em todos. O pertencimento a Cristo é marcado não tanto pela inscrição ao censo, à raça, ao partido, mas pelo acolhimento do amor. Por isso “aquele que ama nasceu de Deus”, por isso Cornélio, o pagão, entra com todo direito na comunidade, por isso podemos pensar com realismo que os limites da Igreja são mais largos do que os do mundo exterior porque abraçamos muitos cristãos “anônimos”, incluindo todos aqueles próximos a Deus vivendo no amor e na justiça. A unidade de medida do amor cristão é a totalidade do próprio Cristo. À equação veterotestamentária “Ama o próximo como a ti mesmo”, João institui a equação paradoxal “como eu vos amei”. Um amor infinito, um amor em que não há limites ou exceções. Assim como disseram os místicos orientais, “depois disso, Deus considera todo homem como Deus”.

(Gianfranco Ravasi, 1942-, Itália)

 

CONTEMPLAR

Um homem indiano caminha diante de um grafite em Mumbai, 2015, Indranil Mukherjee, AFP Photo/Getty Images, Índia.




 

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