segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O Caminho da Beleza 49 - XXX Domingo do Tempo Comum

A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).


XXX Domingo do Tempo Comum              25.10.2020

Ex 22, 20-26                      1 Ts 1, 5-10              Mt 22, 34-40

 

ESCUTAR

Não oprimas nem maltrates o estrangeiro, pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito (Ex 22, 20).

Vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações (1 Ts 1, 6).

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento!” (Mt 22, 37).

 

MEDITAR

Deixe que o riso seja seu templo e você se sentirá em profundo contato com o divino.

(Osho, 1931-1990, Índia)

 

ORAR

            O amor de Deus não se ensina. Ninguém se prepara para gozar a luz, nem sobretudo para celebrar a vida. Ninguém jamais nos ensinou a amar os que colocamos no mundo ou os que criamos. Da mesma maneira, ou antes com mais forte razão, não é um ensinamento exterior que nos ensina a amar Deus. Na natureza mesma do homem se encontra inserida uma semente que contém nela o princípio desta atitude para amar. Essa semente, pela escola dos mandamentos de Deus, cabe ao homem recolhê-la, cultivá-la com zelo, nutri-la com cuidado e conduzi-la ao seu desabrochar, com a graça de Deus. Quando recebemos de Deus o mandamento do amor, nós possuímos já a faculdade natural de amar; nós já procuramos o que é belo. Ora, o que mais admirável do que a beleza divina? E qual desejo é tão ardente do que a sede provocada por Deus na alma purificada de todo vício e que brada com uma emoção sincera: “me desfaleço de amor”? (Ct 2, 5). Inefáveis e indescritíveis são os raios da beleza divina! A língua é impotente para expressá-la, o ouvido para entendê-la! O brilho da estrela da manhã, a claridade da lua, a luz do sol: tudo isso é indigno de representar a sua glória; e tudo isso em relação à verdadeira luz está mais afastado como a noite mais profunda está da mais pura luz do meio dia. Esta beleza é invisível aos olhos do corpo, mas cada vez que ela iluminou os santos em sua alma, ela deixou neles o aguilhão de um intolerável desejo, a ponto de exclamarem com David: “Minha alma tem sede do Senhor, forte e vivo” (Sl 42, 3). Nunca saciados de contemplar a beleza divina, eles suplicavam que fosse prolongada pela vida eterna a visão da magnificência de Deus. Não amar Deus é para a alma a maior privação, o maior de todos os males. Se a afeição das crianças por seus pais é um sentimento natural, não permaneçamos diante do Deus que nos criou como estranhos sem amor. Se a afeição e a amizade nos nascem espontaneamente por aqueles que nos fazem o bem, com mais forte razão para Deus cujas graças são para nós tão abundantes que seu número nos escapa, e tão imensas que uma só dentre elas é suficiente para nos tornar eternamente agradecidos. Assim se desenvolve em nós o amor de Deus e ao mesmo tempo em que ele nos leva à realização dos mandamentos do Senhor, ele tira por sua vez deles o seu existir e a sua perfeição.

(Basílio Magno, 330-379, Capadócia/Turquia)

 

CONTEMPLAR

Crianças e a Sumaúma I, 2010, Barcelos, Floresta Amazônica, Araquém Alcântara (1951-), Brasil.




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