A palavra de
Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XII Domingo do Tempo Comum 21.06.2020
Jr 20, 10-13 Rm
5, 12-15 Mt 10, 26-33
ESCUTAR
“O Senhor
está ao meu lado como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão
vencidos” (Jr 20, 11).
A graça
de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus
Cristo, se derramou em abundância sobre todos (Rm 5, 15).
“Não
tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não seja revelado e nada
há de escondido que não seja conhecido” (Mt 10, 26).
MEDITAR
O que o
medo é: um produzido dentro da gente, um depositado; e que às horas se mexe,
sacoleja, a gente pensa que é por causas: por isto ou por aquilo, coisas que só
estão é fornecendo espelho. A vida é para esse sarro de medo se destruir;
jagunço sabe... O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo.
(João
Guimarães Rosa, 1908-1967, Brasil)
ORAR
É sempre no Cristo que o homem e
Deus se encontram, é sempre no Cristo que o homem acede à realidade de sua
humanidade. “Ser conforme Àquele que se tornou homem, é ser um homem real” (D.
Bonhoeffer). Na medida em que aceitamos não trapacear, nós reencontramos Aquele
que não tem sido senão “sim”... Há apenas uma condição requerida: viver sua
vida com pleno consentimento, superando, assim, no Cristo, a tríplice tentação:
a do medo, a da revolta, a da solidão. Então, o Mistério do Cristo “vindo do
Pai... indo ao Pai... entregando sua vida, por amor, aos seus irmãos” se revela
e começa a aparecer, procedente da profundeza do homem. Então, o homem
“torna-se aquilo que ele é”, pois o Mistério do Cristo constitui, em última
análise, a própria estrutura de toda existência humana autêntica... Trata-se de
reencontrá-lo: para os cristãos, este senso já está lá, no mais íntimo deles
mesmos. Eles podem dizer, com São Paulo: “já não sou eu que vivo, mas é Cristo
que vive em mim” (Gl 2, 20). O eu excluído é o eu egoísta e concentrado em si
mesmo, o eu do medo, da solidão, da revolta. É um eu superficial, ávido de
colecionar suas diferenças, de acumular suas seguranças, inquieto pelo terreno
onde ele poderá colocar sua glória. Ora, “Para mim, Viver é o Cristo”. Tal é a
realidade da existência cristã: “Associado ao Mistério Pascal, tornando-se
conforme ao Cristo na morte, mas fortificado pela esperança, o cristão prepara
a Ressurreição” (Gaudium et Spes 22, 4). Mas, em relação à sua própria
experiência, S. Paulo nos ensina também que morte e ressurreição não são apenas
etapas a transpor uma após outra. Elas
são o outro lado de todo engajamento real de nossa liberdade. Todo ato livre é
um ato de amor e de fé, pelo qual “quem perde sua vida ganha-a”. O homem não
existe como homem senão na medida em que, em face do desconhecido, ele se
aproxima dos outros, ele consente em seus limites, aceitando sua pobreza na
profundidade de sua audácia.
(Joseph
Thomas, 1915-1992, França)
CONTEMPLAR
Pe. Júlio
Lancelotti durante distribuição de alimentos na paróquia São Miguel Arcanjo no
bairro da Mooca, São Paulo, 2020, Ricardo Matsukawa/Uol, São
Paulo, Brasil.
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