A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XXIV Domingo do Tempo Comum 16.09.2018
Is 50, 5-9 Tg 2, 14-18 Mc
8, 27-35
ESCUTAR
Deus é meu auxiliador, por isso não
me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei
que não sairei humilhado (Is 50, 7).
Meus irmãos, que adianta alguém dizer
que tem fé quando não a põe em prática? (Tg 2, 14).
“Quem quiser salvar a sua vida vai
perdê-la; mas quem perde a sua vida por causa de mim e do evangelho vai
salvá-la” (Mc 8, 27-35).
MEDITAR
O próximo é uma hóstia, um sacramento,
uma presença inédita de Deus, um templo de Jesus Cristo. Se a vocação suprema
da pessoa é divinizar-se divinizando o mundo, personalizar-se sobrenaturalmente
personalizando o mundo, seu Pão cotidiano não é mais sofrer ou se divertir ou
acumular riquezas, mas, hora a hora, criar próximos ao redor de si.
(Emmanuel Mounier, 1905-1950, França)
ORAR
A fé cristã, quando é autêntica,
coloca todo homem em movimento. Não se faz nada de cristão simplesmente tomando
por verdadeiros alguns dogmas propostos pela Igreja. É a vida inteira que deve
responder à chamada de Deus. Ninguém pode cumprir sua exigência, mostrando uma
“fé sem obras”, uma fé sem nenhum efeito na vida. Segundo Paulo, a fé deve
também “traduzir-se em amor” (Gl 5, 6), pois do contrário será uma fé sem amor
e uma fé sem amor está morta: isso é o que diz Tiago a propósito do suposto
cristão que rechaça um irmão desnudo e com fome. No mesmo momento em que ouve
pela primeira vez o título de Messias, Jesus interrompe seu discurso: proíbe terminantemente
a seus discípulos de dizê-lo a alguém; em lugar disso, anuncia-lhes, também
pela primeira vez, a sorte que correrá o Filho do homem: muito padecimento,
condenação à morte, execução, ressurreição. Pedro, que não queria nem ouvir
falar disso, é repreendido por Jesus como Satanás, sedutor e inimigo. Jesus
desvela aqui a obra decisiva para a qual foi enviado, uma obra que não é só
para ele, mas sim para todo aquele que quer segui-lo na fé. Uma fé sem a obra
da paixão não é uma fé cristã. A fé que quer se salvar, e não se perder,
perderá tudo. Querer se salvar é um egoísmo incompatível com a fé, que é
inseparável do amor. Aqui se encontra o núcleo da obra tal como a concebeu
Tiago, sem a qual a fé não é nada: a obra da plena entrega a Deus ou ao próximo.
Não se discute que esta obra possa ser dolorosa até a morte para o homem; em
todo caso esta obra contém já uma morte em si: a renúncia ao próprio eu; e que
esta renúncia leve ou não à morte corporal num testemunho de sangue é algo
certamente secundário.
(Hans Urs von Balthasar, 1905-1988,
Suíça)
CONTEMPLAR
O corpo ensanguentado de Dom Oscar Romero jaz no solo assistido por
monjas do hospital, 24 de março de 1980, autor da foto não
identificado, San Salvador, El Salvador.
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