terça-feira, 11 de setembro de 2018

O Caminho da Beleza 43 - XXIV Domingo do Tempo Comum


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XXIV Domingo do Tempo Comum             16.09.2018
Is 50, 5-9                 Tg 2, 14-18              Mc 8, 27-35


ESCUTAR

Deus é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado (Is 50, 7).

Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé quando não a põe em prática? (Tg 2, 14).

“Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perde a sua vida por causa de mim e do evangelho vai salvá-la” (Mc 8, 27-35).


MEDITAR

O próximo é uma hóstia, um sacramento, uma presença inédita de Deus, um templo de Jesus Cristo. Se a vocação suprema da pessoa é divinizar-se divinizando o mundo, personalizar-se sobrenaturalmente personalizando o mundo, seu Pão cotidiano não é mais sofrer ou se divertir ou acumular riquezas, mas, hora a hora, criar próximos ao redor de si.

(Emmanuel Mounier, 1905-1950, França)


ORAR

            A fé cristã, quando é autêntica, coloca todo homem em movimento. Não se faz nada de cristão simplesmente tomando por verdadeiros alguns dogmas propostos pela Igreja. É a vida inteira que deve responder à chamada de Deus. Ninguém pode cumprir sua exigência, mostrando uma “fé sem obras”, uma fé sem nenhum efeito na vida. Segundo Paulo, a fé deve também “traduzir-se em amor” (Gl 5, 6), pois do contrário será uma fé sem amor e uma fé sem amor está morta: isso é o que diz Tiago a propósito do suposto cristão que rechaça um irmão desnudo e com fome. No mesmo momento em que ouve pela primeira vez o título de Messias, Jesus interrompe seu discurso: proíbe terminantemente a seus discípulos de dizê-lo a alguém; em lugar disso, anuncia-lhes, também pela primeira vez, a sorte que correrá o Filho do homem: muito padecimento, condenação à morte, execução, ressurreição. Pedro, que não queria nem ouvir falar disso, é repreendido por Jesus como Satanás, sedutor e inimigo. Jesus desvela aqui a obra decisiva para a qual foi enviado, uma obra que não é só para ele, mas sim para todo aquele que quer segui-lo na fé. Uma fé sem a obra da paixão não é uma fé cristã. A fé que quer se salvar, e não se perder, perderá tudo. Querer se salvar é um egoísmo incompatível com a fé, que é inseparável do amor. Aqui se encontra o núcleo da obra tal como a concebeu Tiago, sem a qual a fé não é nada: a obra da plena entrega a Deus ou ao próximo. Não se discute que esta obra possa ser dolorosa até a morte para o homem; em todo caso esta obra contém já uma morte em si: a renúncia ao próprio eu; e que esta renúncia leve ou não à morte corporal num testemunho de sangue é algo certamente secundário.

(Hans Urs von Balthasar, 1905-1988, Suíça)


CONTEMPLAR

O corpo ensanguentado de Dom Oscar Romero jaz no solo assistido por monjas do hospital, 24 de março de 1980, autor da foto não identificado, San Salvador, El Salvador.




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