A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
V Domingo da Quaresma 18.03.2018
Jr 31, 31-34 Hb 5, 7-9 Jo
12, 20-33
ESCUTAR
“Imprimirei minha lei em suas
entranhas e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu
povo” (Jr 31, 33).
Cristo, nos dias de sua vida
terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que
era capaz de salvá-lo da morte (Hb 5, 7).
“Quem se apega à sua vida perde-a”
(Jo 12, 25).
MEDITAR
No amor, oferecer bens exteriores é
sempre secundário; é um expediente que visa enaltecer a si mesmo... É somente
quando não se tiver mais nada a oferecer senão o amor é que esse atingirá a sua
plena maturidade.
(Hans Urs von Balthasar, 1905-1988,
Suíça)
ORAR
Todo
o mundo vai atrás de Jesus, admitem desconsolados os fariseus, e os primeiros a
fazer isso são “alguns gregos que haviam subido para o culto durante a festa”
(Jo 12, 20). Esses estrangeiros que aderiram ou estão aderindo ao judaísmo são
ovelhas que não pertencem ao aprisco de Israel, mas que, também elas, o Pastor
deve conduzir à liberdade (Jo 10, 16). Num contexto que se refere à missão,
agora representada pelos gregos, e diante da incompreensão dos discípulos, para
os quais a morte do Messias é inaceitável, Jesus os faz compreender que é
possível comunicar a vida aos outros somente doando a própria: “Se o grão de
trigo caído na terra não morre, permanece só; se ao contrário morre, produz
muito fruto” (Jo 12, 24). Mediante essas imagens, Jesus quer dar a entender que
em cada indivíduo existem capacidades e potencialidades a ele desconhecidas:
somente o dom de si as pode libertar para que exerçam toda a sua eficácia. A
decisão de doar a própria vida, garante Jesus, não é perda, mas a garantia da
sua máxima e definitiva realização: possui-se a vida à medida que se dá, visto
que se possui somente aquilo que se dá. Por isso, plenamente consciente da
potencialidade enorme contida no dom da sua vida, Jesus não teme declarar: “E
eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12, 32). Ao anúncio
do seu iminente fim, a multidão lhe replica: “Nós ouvimos da Lei que o Messias
permanece eternamente; como, pois, tu dizes que deve ser elevado o Filho do
homem?” (Jo 12, 34). A palavra de Jesus é posta em contradição mediante o apelo
às palavras da Lei e à tradição religiosa, mistura explosiva que ata as mãos
inclusive a Deus. O povo, que esperava o renascimento do reino de Israel,
rejeita um Messias que morre: se Jesus não é o rei de Israel, o Messias
vitorioso, não sabem o que fazer dele. E a mesma multidão que agora o deu
hosanas, será a mesma que gritará: “Crucifica-o!” (Jo 19, 15).
(Alberto Maggi, 1945-, Itália)
CONTEMPLAR
A Mão da Mãe,
1965, Antanas Sutkus (1939-), Lituania.
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