segunda-feira, 12 de março de 2018

O Caminho da Beleza 17 - V Domingo da Quaresma


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).




V Domingo da Quaresma                    18.03.2018
Jr 31, 31-34            Hb 5, 7-9                 Jo 12, 20-33


ESCUTAR

“Imprimirei minha lei em suas entranhas e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo” (Jr 31, 33).

Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte (Hb 5, 7).

“Quem se apega à sua vida perde-a” (Jo 12, 25).


MEDITAR

No amor, oferecer bens exteriores é sempre secundário; é um expediente que visa enaltecer a si mesmo... É somente quando não se tiver mais nada a oferecer senão o amor é que esse atingirá a sua plena maturidade.

(Hans Urs von Balthasar, 1905-1988, Suíça)


ORAR

            Todo o mundo vai atrás de Jesus, admitem desconsolados os fariseus, e os primeiros a fazer isso são “alguns gregos que haviam subido para o culto durante a festa” (Jo 12, 20). Esses estrangeiros que aderiram ou estão aderindo ao judaísmo são ovelhas que não pertencem ao aprisco de Israel, mas que, também elas, o Pastor deve conduzir à liberdade (Jo 10, 16). Num contexto que se refere à missão, agora representada pelos gregos, e diante da incompreensão dos discípulos, para os quais a morte do Messias é inaceitável, Jesus os faz compreender que é possível comunicar a vida aos outros somente doando a própria: “Se o grão de trigo caído na terra não morre, permanece só; se ao contrário morre, produz muito fruto” (Jo 12, 24). Mediante essas imagens, Jesus quer dar a entender que em cada indivíduo existem capacidades e potencialidades a ele desconhecidas: somente o dom de si as pode libertar para que exerçam toda a sua eficácia. A decisão de doar a própria vida, garante Jesus, não é perda, mas a garantia da sua máxima e definitiva realização: possui-se a vida à medida que se dá, visto que se possui somente aquilo que se dá. Por isso, plenamente consciente da potencialidade enorme contida no dom da sua vida, Jesus não teme declarar: “E eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12, 32). Ao anúncio do seu iminente fim, a multidão lhe replica: “Nós ouvimos da Lei que o Messias permanece eternamente; como, pois, tu dizes que deve ser elevado o Filho do homem?” (Jo 12, 34). A palavra de Jesus é posta em contradição mediante o apelo às palavras da Lei e à tradição religiosa, mistura explosiva que ata as mãos inclusive a Deus. O povo, que esperava o renascimento do reino de Israel, rejeita um Messias que morre: se Jesus não é o rei de Israel, o Messias vitorioso, não sabem o que fazer dele. E a mesma multidão que agora o deu hosanas, será a mesma que gritará: “Crucifica-o!” (Jo 19, 15).

(Alberto Maggi, 1945-, Itália)


CONTEMPLAR

A Mão da Mãe, 1965, Antanas Sutkus (1939-), Lituania.




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