A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
IV Domingo da Quaresma 11.03.2018
2 Cr 36, 14-16.19-23 Ef 2, 4-10 Jo 3, 14-21
ESCUTAR
“Quem dentre vós todos pertence ao
seu povo? Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele, e que se ponha a caminho” (2
Cr 36, 23).
Irmãos, Deus é rico em misericórdia
(Ef 2, 4).
“Deus amou tanto o mundo, que deu o
seu Filho unigênito” (Jo 3, 16).
MEDITAR
Porque o amor é a coisa mais livre...
quando se desfaz.
(Cacaso, 1944- 1987)
ORAR
Muitos
intérpretes sustentam que o versículo 16 (“tanto amou Deus ao mundo, que
entregou o seu Filho único”) é o centro de todo o evangelho de João. Quiçá é
algo mais. É o centro, o cume de toda a nossa fé. Normalmente, quando se fala
de crer, vem à mente uma lista de verdades, de dogmas a que se aderir. Mas o
crente crê antes de tudo num fato: o amor de Deus manifestado no dom do Filho.
Tem-se a fé se se acredita principalmente no amor. Se se acredita que Deus ama
o mundo, ama a todos os homens, ama a cada um de nós. E a salvação do homem,
como veremos, “joga-se” com base na aceitação ou no rechaço do amor divino
manifestado em Cristo. Junto ao amor, a imagem rude da cruz: é aí a maneira pela
qual Cristo demonstrou seu amor ao mundo. A cruz fala de um amor derrotado e,
ao mesmo tempo, vitorioso. Humilhado e, contudo, circuncidado de glória. Traído
e, no entanto, fiel. Não esqueçamos que é a um justo que crucificaram. “Assim
tem que ser elevado o Filho do
Homem”. Levantado no alto sobre um patíbulo de infâmia. Cristo é rei de sua
comunidade. Sua “exaltação” não é expressão de um poder dominador, mas sim da
eleição de um único poder: o do amor. O crente encontra a salvação olhando em
direção à cruz de Cristo. A serpente de bronze, colocada por Moisés sobre um
mastro, não era um fetiche dotado de poderes mágicos, mas sim o sinal antecipador
desse “poder de cura” que jorraria do patíbulo levantado sobre o Calvário. Este
dom determina uma crise, porque pode ser aceito ou rechaçado. Porque o juízo
não se remete ao final dos tempos: acontece já, aqui e agora, sobre a terra. E
é o homem mesmo quem se julga, quem se põe como salvação ou condenação, com
base na postura que assume frente ao amor manifestado em Cristo.
(Alessandro Pronzato, 1932-, Itália)
CONTEMPLAR
Vidro rachado com Menino, Colorado, 1955, impressa em 1980, Elliott Erwitt (1928-), franco-americano,
Speed Art Museum, Kentucky, Estados Unidos.
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