segunda-feira, 5 de março de 2018

O Caminho da Beleza 16 - IV Domingo da Quaresma


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).




IV Domingo da Quaresma                  11.03.2018
2 Cr 36, 14-16.19-23                   Ef 2, 4-10                 Jo 3, 14-21


ESCUTAR

“Quem dentre vós todos pertence ao seu povo? Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele, e que se ponha a caminho” (2 Cr 36, 23).

Irmãos, Deus é rico em misericórdia (Ef 2, 4).

“Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3, 16).


MEDITAR

Porque o amor é a coisa mais livre... quando se desfaz.

(Cacaso, 1944- 1987)


ORAR

            Muitos intérpretes sustentam que o versículo 16 (“tanto amou Deus ao mundo, que entregou o seu Filho único”) é o centro de todo o evangelho de João. Quiçá é algo mais. É o centro, o cume de toda a nossa fé. Normalmente, quando se fala de crer, vem à mente uma lista de verdades, de dogmas a que se aderir. Mas o crente crê antes de tudo num fato: o amor de Deus manifestado no dom do Filho. Tem-se a fé se se acredita principalmente no amor. Se se acredita que Deus ama o mundo, ama a todos os homens, ama a cada um de nós. E a salvação do homem, como veremos, “joga-se” com base na aceitação ou no rechaço do amor divino manifestado em Cristo. Junto ao amor, a imagem rude da cruz: é aí a maneira pela qual Cristo demonstrou seu amor ao mundo. A cruz fala de um amor derrotado e, ao mesmo tempo, vitorioso. Humilhado e, contudo, circuncidado de glória. Traído e, no entanto, fiel. Não esqueçamos que é a um justo que crucificaram. “Assim tem que ser elevado o Filho do Homem”. Levantado no alto sobre um patíbulo de infâmia. Cristo é rei de sua comunidade. Sua “exaltação” não é expressão de um poder dominador, mas sim da eleição de um único poder: o do amor. O crente encontra a salvação olhando em direção à cruz de Cristo. A serpente de bronze, colocada por Moisés sobre um mastro, não era um fetiche dotado de poderes mágicos, mas sim o sinal antecipador desse “poder de cura” que jorraria do patíbulo levantado sobre o Calvário. Este dom determina uma crise, porque pode ser aceito ou rechaçado. Porque o juízo não se remete ao final dos tempos: acontece já, aqui e agora, sobre a terra. E é o homem mesmo quem se julga, quem se põe como salvação ou condenação, com base na postura que assume frente ao amor manifestado em Cristo.

(Alessandro Pronzato, 1932-, Itália)


CONTEMPLAR

Vidro rachado com Menino, Colorado, 1955, impressa em 1980, Elliott Erwitt (1928-), franco-americano, Speed Art Museum, Kentucky, Estados Unidos.




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