segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O Caminho da Beleza 44 - XXV Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

XXV Domingo do Tempo Comum               24.09.2017
Is 55, 6-9                 Fl 1, 20-24.27                    Mt 20, 1-16


ESCUTAR

Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, e vossos caminhos não são como os meus caminhos (Is 55, 8).

Pois, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro (Fl 1, 21).

“Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mt 20, 15).


MEDITAR

O sábio disse
À amendoeira:
Fala-me de Deus.
E a amendoeira floriu.

(Poema anônimo, Abadia de Sylvanès, França)


ORAR

Tudo se joga num instante. Os convites, paradoxalmente, são novos e os mesmos a cada novo momento. Se não estivermos atentos, podemos faltar ao encontro marcado e decisivo nas nossas vidas. Este é o momento favorável e pode não existir outro. Não nos é concedido pedir um tempo para considerarmos a oferta, pois Deus está no instante-que-passa (Ecl 3, 15). Os caminhos do Senhor nunca coincidem, rigorosamente, com os nossos. Existe sempre uma distância que se mede pela escala do Infinito. Descobrir Deus é se desembaraçar dos nossos pesos e medidas; da nossa miserável contabilidade e de nossos critérios de julgamento. Os que chegam por último percebem o mesmo que os primeiros. Pensar em Deus significa renunciar aos nossos pensamentos sobre Ele. A deformação da imagem de Deus é o perigo que correm as pessoas religiosas. “Peçamos a Deus, que nos livre de Deus”, já dizia Mestre Eckhart. Quando nos convertemos não encontramos, automaticamente, Deus. O encontro é sempre com um Deus Escondido e que permanece Escondido para que possamos buscá-Lo. O encontro com Deus se faz pelos olhos do coração. Deus nos desconcerta e nos escandaliza. Diante Dele, não conta nem a questão do mérito, nem da quantidade ou qualidade do trabalho; nem muito menos do prêmio de produção ou a eleição do operário padrão. O chamado para o trabalho na vinha é graça e o prêmio é um dom. A alegria de Deus é dar sem medida. Aceitamos com tranquilidade os dogmas proclamados pelas igrejas, mas a generosidade de Deus cria problemas a ponto de ser, para muitos, um obstáculo para a fé e um perigo para a moral. A generosidade de Deus não é uma debilidade do Seu coração. Fomos educados a aplaudir a severidade de Deus, mas não a sua benevolência. A parábola obriga a nos perguntar sobre nossas reações diante das atitudes surpreendentes e escandalosas de Deus. O coração de Deus é tão profundamente bondoso que privilegia os últimos, os mais desgraçados e os que a lógica dos homens despreza. A solução da crise que vivemos virá, não da riqueza, mas da bondade. Quando formos verdadeiramente sensíveis aos sofrimentos dos menores entre nós.


CONTEMPLAR


Mina de Ouro de Serra Pelada, 1986, do livro “Trabalhadores”, Sebastião Salgado (1944-), Minas Gerais, Brasil.



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