Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
XXIV Domingo do Tempo Comum 17.09.2017
Eclo 17, 33-28,9 Rm 14, 7-9 Mt 18, 21-35
ESCUTAR
Se
alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? Se não tem
compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? (Eclo
27, 3-4).
Irmãos,
ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo (Rm 14, 7).
“Senhor,
quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” (Mt
18, 21).
MEDITAR
Perdoar
a uma cascavel: exercício de santidade.
(João
Guimarães Rosa)
ORAR
Quando colocamos a questão, “Quantas vezes devo perdoar?”, impomos um limite à
misericórdia de Deus. Para evitar esta desgraça espiritual, devemos perguntar,
“Quantas vezes posso perdoar?”, e
assim colocaremos nossos corações na mesma sintonia do coração de Deus. Podemos
perdoar infinitas vezes como são infinitos os perdões de Deus. Não devemos
pensar como Pedro, que tem as chaves para atar e desatar, em termos de dever e
de obrigação. O perdão não é um mandato compulsório, nem um dever, uma
imposição, mas uma estupenda e surpreendente possibilidade. Não é uma
obrigação, mas um gesto gratuito e fora de todas as regras. O perdão é a
capacidade de mudar as regras do jogo em que a bola envenenada da ofensa e da
violência, atirada em direção ao adversário, tem a força acentuada pelo ódio,
pela vingança, pelo rancor e pelo ressentimento. O perdão rompe o cerco
sufocante, dilata os espaços e produz o insólito: inaugura um novo modo de
viver e olhar o outro. É interdito a nós introduzir números nos registros da
misericórdia e fixar datas especiais no calendário do amor. Nunca existirá uma
última vez, pois em assuntos do perdão existem apenas limites a serem,
continuamente, superados. Para Jesus, terminou o tempo das contas e das
dosificações penais. O perdão para ser produzido deve ser repartido e
participado com os outros, como se fosse um pão. O perdão, como o amor, não
termina nunca e não se interrompe. A glória de Deus é perdoar e nisto se resume
todo o cristianismo. Não devemos ter medo de perdoar muito, pois o que damos
aos outros é a justa medida do que receberemos de Deus. Não podemos ser servos
sem entranhas que anulam a compaixão por não querer ouvir os chamados de
perdão. No entanto, devemos gravar em nossos corações e mentes a regra de ouro
do poeta: “Quem não pede perdão não é nunca perdoado”.
CONTEMPLAR
Um
homem norte-coreano acena sua mão enquanto seu parente sul-coreano chora, 2010, Monte Kungang, Coréia do Norte, foto de
Kim Ho-Young, Agência Reuters, Coreia do Sul.
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