segunda-feira, 11 de setembro de 2017

O Caminho da Beleza 43 - XXIV Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

XXIV Domingo do Tempo Comum             17.09.2017
Eclo 17, 33-28,9               Rm 14, 7-9              Mt 18, 21-35


ESCUTAR

Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? (Eclo 27, 3-4).

Irmãos, ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo (Rm 14, 7).

“Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” (Mt 18, 21).


MEDITAR

Perdoar a uma cascavel: exercício de santidade.

(João Guimarães Rosa)


ORAR

Quando colocamos a questão, “Quantas vezes devo perdoar?”, impomos um limite à misericórdia de Deus. Para evitar esta desgraça espiritual, devemos perguntar, “Quantas vezes posso perdoar?”, e assim colocaremos nossos corações na mesma sintonia do coração de Deus. Podemos perdoar infinitas vezes como são infinitos os perdões de Deus. Não devemos pensar como Pedro, que tem as chaves para atar e desatar, em termos de dever e de obrigação. O perdão não é um mandato compulsório, nem um dever, uma imposição, mas uma estupenda e surpreendente possibilidade. Não é uma obrigação, mas um gesto gratuito e fora de todas as regras. O perdão é a capacidade de mudar as regras do jogo em que a bola envenenada da ofensa e da violência, atirada em direção ao adversário, tem a força acentuada pelo ódio, pela vingança, pelo rancor e pelo ressentimento. O perdão rompe o cerco sufocante, dilata os espaços e produz o insólito: inaugura um novo modo de viver e olhar o outro. É interdito a nós introduzir números nos registros da misericórdia e fixar datas especiais no calendário do amor. Nunca existirá uma última vez, pois em assuntos do perdão existem apenas limites a serem, continuamente, superados. Para Jesus, terminou o tempo das contas e das dosificações penais. O perdão para ser produzido deve ser repartido e participado com os outros, como se fosse um pão. O perdão, como o amor, não termina nunca e não se interrompe. A glória de Deus é perdoar e nisto se resume todo o cristianismo. Não devemos ter medo de perdoar muito, pois o que damos aos outros é a justa medida do que receberemos de Deus. Não podemos ser servos sem entranhas que anulam a compaixão por não querer ouvir os chamados de perdão. No entanto, devemos gravar em nossos corações e mentes a regra de ouro do poeta: “Quem não pede perdão não é nunca perdoado”.


CONTEMPLAR


Um homem norte-coreano acena sua mão enquanto seu parente sul-coreano chora, 2010, Monte Kungang, Coréia do Norte, foto de Kim Ho-Young, Agência Reuters, Coreia do Sul.



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