Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
XXIII Domingo do Tempo Comum 10.09.2017
Ez 33, 7-9 Rm 13, 8-10 Mt
18, 15-20
ESCUTAR
“Quanto
a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo
que ouvires alguma palavra de minha boca, tu os deves advertir em meu nome” (Ez
33, 7).
Irmãos,
não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o
próximo está cumprindo a lei (Rm 13, 8).
“Se
o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo!
Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão” (Mt 18, 15).
MEDITAR
Morte
vela sentinela sou
Do
corpo desse meu irmão que já se foi
Revejo
nessa hora tudo que aprendi, memória não morrerá
Vulto
negro em meu rumo vem
Mostrar
a sua dor plantada nesse chão
Seu
rosto brilha em reza, brilha em faca e flor
Histórias
vem me contar
Longe,
longe, ouço essa voz
Que
o tempo não vai levar
Precisa
gritar sua força êê irmão, sobreviver
A
morte inda não vai chegar,
se
a gente na hora de unir, os caminhos num só,
não
fugir e nem se desviar...
Morte
vela sentinela sou
Do
corpo desse meu irmão que já se foi
Revejo
nessa hora tudo que aprendi, memória não morrerá
Longe,
longe, ouço essa voz
Que
o tempo não vai levar
(Milton
Nascimento)
ORAR
Temos
aprendido que ter dívidas é algo a ser evitado a qualquer preço. As dívidas de
dinheiro devem ser pagas pontualmente, caso contrário, pagaremos com juros e
correção. Mas, as dívidas de amor jamais estarão saldadas de uma vez por todas.
Seremos sempre, como cristãos, devedores do amor. O amor é um crédito que os
outros exibem diante de nós sempre e em todos os lugares. Sempre deveremos amor
aos outros e isto não é nada de extraordinário, porque são as leis do Reino de
Deus. O profeta nos convida a ser sentinelas e a falar a verdade. O sentinela
não considera valor o número da conta bancária, o cartão de crédito e nem o
cargo que se ocupa nas hierarquias civis e religiosas. O sentinela sabe que o
bem precioso a ser defendido é o amor. O sentinela é o guardião do seu irmão e
para isto exerce a correção fraterna. Ele não é um espião, nem um policial do
outro. A correção fraterna exige o abandono de toda a atitude de superioridade.
Não se deve dizer: “Olha o que você faz”, mas “Olha o que somos capazes de fazer”.
A presença de Deus atua onde existe uma presença fraterna e verdadeira. O
evangelho oferece a régua e o compasso: o pecado não é nem culpa, nem mancha e
nem ofensa a Deus. O pecado é a ofensa a nós mesmos e o mal que nos fazemos uns
aos outros. O perdão do pecado se obtém mediante a mútua reconciliação dos que
se ofenderam. Se não houver perdão recíproco não há perdão de Deus. Se Jesus
está presente na comunidade, já não precisamos ir sempre aos templos, aos
lugares especiais para encontrá-Lo. Vamos encontrá-Lo na oração comunitária, no
abraço fraterno e na busca de erradicar o mal da nossa sociedade e suas
expressões coroadas pela alienação religiosa.
CONTEMPLAR
Sem
Título, Ralph Gibson (1939-)?, Los Angeles, Califórnia, Estados
Unidos.
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