segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O Caminho da Beleza 42 - XXIII Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

XXIII Domingo do Tempo Comum            10.09.2017
Ez 33, 7-9                Rm 13, 8-10                       Mt 18, 15-20


ESCUTAR

“Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu os deves advertir em meu nome” (Ez 33, 7).

Irmãos, não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a lei (Rm 13, 8).

“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão” (Mt 18, 15).


MEDITAR

Morte vela sentinela sou
Do corpo desse meu irmão que já se foi
Revejo nessa hora tudo que aprendi, memória não morrerá

Vulto negro em meu rumo vem
Mostrar a sua dor plantada nesse chão
Seu rosto brilha em reza, brilha em faca e flor
Histórias vem me contar

Longe, longe, ouço essa voz
Que o tempo não vai levar

Precisa gritar sua força êê irmão, sobreviver
A morte inda não vai chegar,
se a gente na hora de unir, os caminhos num só,
não fugir e nem se desviar...

Morte vela sentinela sou
Do corpo desse meu irmão que já se foi
Revejo nessa hora tudo que aprendi, memória não morrerá

Longe, longe, ouço essa voz
Que o tempo não vai levar

(Milton Nascimento)


ORAR

Temos aprendido que ter dívidas é algo a ser evitado a qualquer preço. As dívidas de dinheiro devem ser pagas pontualmente, caso contrário, pagaremos com juros e correção. Mas, as dívidas de amor jamais estarão saldadas de uma vez por todas. Seremos sempre, como cristãos, devedores do amor. O amor é um crédito que os outros exibem diante de nós sempre e em todos os lugares. Sempre deveremos amor aos outros e isto não é nada de extraordinário, porque são as leis do Reino de Deus. O profeta nos convida a ser sentinelas e a falar a verdade. O sentinela não considera valor o número da conta bancária, o cartão de crédito e nem o cargo que se ocupa nas hierarquias civis e religiosas. O sentinela sabe que o bem precioso a ser defendido é o amor. O sentinela é o guardião do seu irmão e para isto exerce a correção fraterna. Ele não é um espião, nem um policial do outro. A correção fraterna exige o abandono de toda a atitude de superioridade. Não se deve dizer: “Olha o que você faz”, mas “Olha o que somos capazes de fazer”. A presença de Deus atua onde existe uma presença fraterna e verdadeira. O evangelho oferece a régua e o compasso: o pecado não é nem culpa, nem mancha e nem ofensa a Deus. O pecado é a ofensa a nós mesmos e o mal que nos fazemos uns aos outros. O perdão do pecado se obtém mediante a mútua reconciliação dos que se ofenderam. Se não houver perdão recíproco não há perdão de Deus. Se Jesus está presente na comunidade, já não precisamos ir sempre aos templos, aos lugares especiais para encontrá-Lo. Vamos encontrá-Lo na oração comunitária, no abraço fraterno e na busca de erradicar o mal da nossa sociedade e suas expressões coroadas pela alienação religiosa.


CONTEMPLAR

Sem Título, Ralph Gibson (1939-)?, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos.





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